ATA DA SEXAGÉSIMA QUARTA
SESSÃO ORDINÁRIA DA SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA
LEGISLATURA, EM 24-8-2006.
Aos vinte e quatro dias do mês de agosto do ano de
dois mil e seis, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho,
a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi
realizada a segunda chamada, respondida pelos Vereadores Adeli
Sell, Bernardino Vendruscolo, Carlos Comassetto, Cassiá Carpes, Claudio
Sebenelo, Clênia Maranhão, Elias Vidal, João Antonio Dib, José Ismael Heinen,
Luiz Braz, Manuela d'Ávila, Mario Fraga, Neuza Canabarro, Professor Garcia e
Raul Carrion. Constatada
a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos.
Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Aldacir
Oliboni, Carlos Todeschini, Elói Guimarães, Haroldo de Souza, Ibsen Pinheiro,
João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Margarete Moraes, Maria Celeste, Maristela
Maffei, Maristela Meneghetti, Mônica Leal, Nereu D'Avila, Sofia Cavedon e
Valdir Caetano. À
MESA, foram encaminhados: pelo Vereador Carlos Todeschini, juntamente com o
Vereador Raul Carrion, o Substitutivo nº 01 ao Projeto de Lei Complementar do
Legislativo nº 012/06 (Processo nº 3168/06); pelo Vereador João Carlos Nedel, o
Pedido de Informação nº 206/06 (Processo nº 4394/06). Do EXPEDIENTE, constaram:
Ofícios s/nº, da Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização
do Congresso Nacional; nos 10589691 e 10635474/06, do Fundo Nacional
de Saúde do Ministério da Saúde; Comunicado nº 130227/06, do Senhor Daniel
Silva Balaban, Presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação –
FNDE. Na ocasião, em face da inexistência de quórum deliberativo, deixaram de
ser votadas as Atas da Sexagésima e Sexagésima Primeira Sessões Ordinárias.
Após, o Senhor Presidente registrou a presença dos Pastores Ilson Geisler e
Manolo Damásio, da Instituição Adventista Sul Riograndense de Educação e
Assistência Social, convidando Suas Reverências a integrarem a Mesa dos
trabalhos e concedendo a palavra, em TRIBUNA POPULAR, ao Pastor Ilson Geisler,
que discorreu sobre as atividades que integram a campanha Mutirão de Natal,
promovida desde mil novecentos e noventa e quatro pela Igreja Adventista do
Sétimo Dia. Quanto ao assunto, destacou que esse evento busca mobilizar principalmente
a juventude para a arrecadação de alimentos destinados a instituições assistenciais,
em especial a Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais –
ADRA. Na oportunidade, nos termos do artigo 206 do Regimento, os Vereadores
Claudio Sebenelo, Cassiá Carpes, João Antonio Dib, Neuza Canabarro, Adeli Sell,
Clênia Maranhão, José Ismael Heinen e Bernardino Vendruscolo manifestaram-se
acerca do assunto tratado durante a Tribuna Popular. Às quatorze horas e
quarenta e cinco minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo
retomados às quatorze horas e cinqüenta e um minutos, constatada a existência de quórum. Em GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador
Claudio Sebenelo analisou
questões atinentes à segurança pública, comentando estudo a respeito do assunto, elaborado pelo
Professor José Vicente Tavares dos Santos, intitulado “A ordem é uma tarefa impossível”.
Ainda, avaliou as dificuldades
verificadas para a eficácia de ações nessa área, tendo em vista a complexidade
e diversidade dos fatores que influem na incidência de índices maiores ou
menores de criminalidade em uma determinada região. A Vereadora Clênia
Maranhão comentou a Lei Federal
11.340/06, que cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra
a mulher, dispõe sobre a criação dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar
e estabelece medidas de assistência e proteção às vítimas. Nesse sentido, apresentou dados relativos
à ocorrência desse tipo de agressão em Porto Alegre, atentando para a importância de políticas públicas que garantam
efetiva segurança e dignidade à população feminina. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Cassiá Carpes registrou o transcurso, hoje, dos cinqüenta e dois
anos da morte do ex-Presidente Getúlio Vargas, asseverando que esse político foi o maior estadista que
já governou o Brasil. Também, discorreu acerca da participação de integrantes da Brigada Militar como candidatos
às eleições programadas para outubro do corrente, questionando a licença de até três meses concedida a essa
categoria de servidores públicos pela legislação eleitoral vigente no País. O
Vereador Nereu D’Avila abordou o transcurso do aniversário da morte do ex-Presidente Getúlio Vargas, comparando a conjuntura política atual com a observada
no Brasil na década de mil novecentos e cinqüenta. Finalizando, declarou
que as mensagens nacionalistas e em
defesa dos direitos dos trabalhadores eram idéias defendidas por Getúlio Vargas
e ainda hoje inspiram a luta dos brasileiros que buscam a autonomia e o desenvolvimento
do País. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Elói Guimarães referiu-se ao
encontro de representantes do Partido Trabalhista Brasileiro e do Partido do
Movimento Democrático Brasileiro, ocorrido hoje no monumento a Getúlio Vargas,
na Praça da Alfândega, para homenagear essa figura pública. Sobre o tema,
relembrou a Carta-Testamento deixada por Sua Senhoria e comentou as principais
realizações políticas do ex-Presidente Getúlio Vargas. O Vereador João Antonio
Dib citou um trecho do texto intitulado “Há um homem pelas ruas”, publicado
pelo Jornalista Sérgio Jockyman no Diário de Notícias, no dia vinte e quatro de
agosto de mil novecentos e cinqüenta e quatro, por ocasião do suicídio de
Getúlio Vargas. Acerca do tema, teceu considerações sobre a relevância desse
ex-Presidente na vida política brasileira, lamentando o que considera a
ausência, atualmente, de uma personalidade semelhante no Brasil. O Vereador
Aldacir Oliboni denunciou carências no atendimento à saúde no Bairro Hípica,
reivindicando a presença de mais pessoal e a instalação de outro Posto de Saúde
no Bairro, bem como a construção de um hospital na Zona Sul de Porto Alegre.
Também, cobrou do Governo Municipal a execução da Lei nº 9.728/05, que cria a
Feira Popular de Artesanato, Artes Plásticas, Culinária Artesanal, Antiguidades
e Típicos do Rio Grande do Sul no Parque Maurício Sirotsky Sobrinho. A
Vereadora Margarete Moraes recordou a trajetória política do ex-Presidente
Getúlio Vargas, comparando os acontecimentos que levaram ao seu suicídio com as
acusações de envolvimento do atual Governo Federal em casos de corrupção. Além
disso, desaprovou a postura do Executivo Municipal em relação aos Vereadores
que não compõem sua base de apoio nesta Casa e cobrou mais coerência de
políticos em relação às ações praticadas quando ocupando cargos no Governo
Estadual. O Vereador Mario Fraga contraditou o pronunciamento da Vereadora
Margarete Moraes em Comunicações, argumentando que políticos que eram ligados
ao Partido dos Trabalhadores têm se posicionado atualmente contrários aos atos
do Governo Federal. Também, defendeu o Projeto de Lei do Executivo nº 030/06,
que propõe reajustes para o funcionalismo municipal, e o Projeto de Lei
Complementar do Legislativo nº 015/06, que pretende legalizar as casas de bingo
na Cidade. Em PAUTA ESPECIAL, Discussão Preliminar, estiveram, em 1ª Sessão, os
Projetos de Lei do Executivo nos 031 e 032/06, discutidos pelos
Vereadores João Antonio Dib, Carlos Comassetto, Claudio Sebenelo e Adeli Sell e
pelas Vereadoras Sofia Cavedon e Clênia Maranhão. Na oportunidade, em face de questionamento formulado pelo Vereador Adeli
Sell, durante seu pronunciamento em Pauta Especial, o Senhor Presidente prestou
esclarecimentos acerca da legalidade da tramitação do Projeto de Lei do
Executivo nº 032/06, tendo o Vereador Adeli Sell se manifestado sobre o assunto.
Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram, em 2ª Sessão, o Projeto de Lei
Complementar do Executivo nº 006/06, os Projetos de Lei do Legislativo nos
145, 155 e 157/06, discutidos pelo Vereador João Antonio Dib, 179, 182, 154/06,
este discutido pelos Vereadores João Antonio Dib, Carlos Comassetto e Adeli
Sell, e 168/06, discutido pelo Vereador Claudio Sebenelo e pela Vereadora Sofia
Cavedon. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Carlos Comassetto prestou
informações acerca dos trabalhos do Conselho de Desenvolvimento Nacional,
atentando para a necessidade de realização de reformas urbanas no Brasil,
pretendida por esse Conselho. Ainda, discordou da tramitação em regime de urgência
do Projeto de Lei do Executivo nº 021/06, sobre gratificações na Secretaria
Municipal da Fazenda, sustentando que essa proposição deve ser melhor analisada
por esta Casa. O Vereador José Ismael Heinen defendeu o Projeto de Lei do
Legislativo nº 145/06, de sua autoria, que institui o Bosque dos Bravos em homenagem
aos militares gaúchos integrantes da Força Expedicionária Brasileira,
agradecendo o apoio dos Senhores Vereadores a essa proposta. Além disso, cobrou
a realização de operação da Polícia Federal com o intuito de prender
traficantes de drogas e de armas, atribuindo a atividades criminosas dessa
natureza a principal fonte de financiamento do crime organizado. O Vereador
Claudio Sebenelo sugeriu a adoção de esterilização dos animais abandonados como
forma prioritária de controle das zoonoses, repudiando a exigência, pelo
Ministério da Saúde, do sacrifício dos animais doentes como condição para a
liberação de verbas nessa área. Ainda, alegou que os avanços tecnológicos
conquistados nos últimos anos pela Medicina Veterinária permitem proporcionar
melhores níveis de bem-estar aos animais e controle eficiente para evitar o
contágio de seres humanos. Às dezessete horas e trinta e seis minutos,
constatada a inexistência de quórum para ingresso na Ordem do Dia, o Senhor
Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores
para a Sessão Ordinária da próxima segunda-feira, à hora regimental. Os
trabalhos foram presididos pelos Vereadores Luiz Braz, Elias Vidal e Claudio
Sebenelo, este nos termos do artigo 27, parágrafo único, do Regimento, e
secretariados pelos Vereadores Haroldo de Souza e Elias Vidal. Do que eu, Haroldo
de Souza, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata, que, após
distribuída e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz):
Passamos à
O Sr. Ilson Geisler,
representando a Instituição Adventista Sul Riograndense de Educação e
Assistência Social, está com a palavra, pelo tempo regimental de dez minutos,
para tratar de assunto relativo ao Mutirão de Natal.
Convidamos
o Sr. Manolo Damásio a fazer parte da Mesa.
O
SR. ILSON GEISLER: Boa-tarde,
Ver. Luiz Braz; boa-tarde a todos os Vereadores desta Câmara; nós
representamos, nesta tarde, o Pastor José Elias Zanotelli, pois participamos da
mesma Instituição, da mesma organização. Nós queremos, primeiramente, externar
aqui o nosso agradecimento a esta Casa, pelo apoio que tem dado aos projetos
sociais desenvolvidos, promovidos pela Igreja Adventista do Sétimo Dia, especialmente
o Projeto Mais Vida, de doação de sangue, e, agora, a Campanha Mutirão de
Natal. Agradecemos também ao proponente, o Ver. Elias Vidal, por esta
oportunidade.
A
Campanha Mutirão de Natal teve o seu início no ano de 1994, através do
comunicador Sérgio Azevedo e sua esposa Marli Azevedo. O casal conversava sobre
o problema da fome no Brasil e tiveram a idéia de realizar uma gincana junto à
Igreja Adventista do Sétimo Dia do bairro Botafogo, no Rio de Janeiro. Eles
mobilizaram os membros daquela Igreja, especialmente os jovens, para a
arrecadação de alimentos, que seriam destinados à ADRA, Agência de
Desenvolvimento de Recursos Assistenciais da Igreja, e também a outras
instituições de assistência social.
O
sucesso foi grande já naquele ano de 1994, e a motivação maior desse casal foi
a presença de uma comunidade carente, junto àquela Igreja, no bairro Botafogo,
na cidade do Rio de Janeiro. Naquele primeiro ano da campanha, 54 toneladas de
alimentos foram arrecadadas; em 2005, no ano passado, a Campanha Mutirão de
Natal no Brasil alcançou a marca de um milhão e 833 mil quilos de alimentos, ou
seja, 1.833 toneladas. Neste ano, a campanha continua e está na sua 13ª edição.
A
idéia da campanha Mutirão de Natal espalhou-se pelo Brasil e chegou ao Rio
Grande do Sul em 2003, especialmente e mais precisamente na cidade de Porto
Alegre, por iniciativa de membros da Igreja Adventista do Sétimo Dia Central,
localizada na Rua Aureliano de Figueiredo Pinto, nº 915, bairro Cidade Baixa. A
campanha que começou aqui em 2003 se repetiu em 2004 e também em 2005, e foi
aderida pela juventude e por membros de outras igrejas adventistas do Estado.
Em 2005, no final do ano, a campanha finalizou com a marca de 119 mil quilos,
ou 119 toneladas de alimentos arrecadados; 10.511 peças de roupa; 1.608
brinquedos e 600 pares de calçados. Tudo isso foi distribuído para comunidades
carentes e entidades sociais.
A
campanha Mutirão de Natal não se limita apenas aos membros da Igreja
Adventista, ela vai além de possíveis barreiras étnicas, culturais e
religiosas.
Com
um conteúdo cada vez mais expressivo e adesão de personalidades de renome
nacional, o programa, hoje, encabeça o primeiro lugar em volume de arrecadação
de alimentos em todo o Brasil.
A
Bíblia diz: “Pois nunca deixará de haver pobres na terra; por isso Eu te ordeno;
livremente abrirás a mão para o teu irmão, para o necessitado, para o pobre na
tua terra” - Deuteronômio, 15:11. E a Bíblia descreve uma cidade onde a maldade
imperava, a cidade de Sodoma, e ela diz que o grande pecado dessa Cidade foi
ter fartura de pão e prosperidade sem nunca ter amparado o pobre e o
necessitado. Ezequiel, 16:49.
A campanha Mutirão de Natal tem por objetivo maior
desenvolver o espírito da solidariedade e do amor ao próximo no coração humano,
trazendo assim um Natal mais feliz a tantos menos favorecidos, não somente aqui
na cidade de Porto Alegre, mas em outras cidades que também estão aderindo à
campanha, que teve início aqui no Estado a partir do ano de 2003.
Nós aproveitamos a oportunidade, representando a
ADRA, a Igreja Adventista, a campanha Mutirão de Natal, para solicitar o apoio
desta Casa ao Projeto que tramita aqui, instituindo a Semana do Mutirão de
Natal, que deverá ser realizada na segunda semana que antecede o dia final de
contagem do programa final do Mutirão de Natal, a cada ano.
Esperamos que Deus possa abençoar a cada Vereador
de forma individual, e que nós possamos ter, cada dia mais, um coração disposto
a amar o nosso próximo.
Nós queremos mostrar, aqui, o cartaz que foi
divulgado, no ano passado, na última campanha Mutirão de Natal, que arrecadou,
em Porto Alegre e cidades vizinhas, 119 toneladas de alimento (Mostra o
cartaz.) (Lê.): “Deus é quem multiplica os pães, mas somos nós que o ajudamos a
distribuir! Doe alimentos, participe!” Obrigado pela oportunidade, e que Deus
abençoe a todos. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. CLAUDIO SEBENELO:
Sr. Presidente, gostaria de dizer ao Pastor Geisler que nós só poderíamos
esperar da Instituição Adventista de Educação e Assistência Social a
maravilhosa proposta da campanha Mutirão de Natal, porque o Natal é descoberta,
Natal é nascimento, e é o renascimento das nossas esperanças, e se renova a
todo ano não só essa mensagem fraterna e integradora, mas essa lembrança,
especialmente de nossos irmãos mais pobres, que quando chega à carência dos
alimentos, realmente nós achamos que as questões não são mais só sociais, elas
são também de competência de um País que produz, é um grande graneleiro no
mundo, hoje. O Brasil, que já superou todos os recordes de produção de grãos,
poderia alimentar, com essa produção, toda a população do Brasil e sobraria, e,
no entanto, nós temos irmãos nossos com fome. Então, essa meta, se atingida -
não, os números não são importantes, mas a qualidade da atitude e a compreensão
de que a sociedade civil tem que ter uma iniciativa - eu acho muito bem
representada e iniciada, e está disparada a primeira seta em relação a um Natal
muito mais feliz. E vindo, principalmente, dessa Instituição Adventista, nós
ficamos extremamente felizes e extremamente exemplificados, e mais do que isso,
acho que nós precisamos que esse exemplo, que essa forma de trabalhar frutifique
e seja um modelo para todas as outras instituições, e não importa que sejam
religiosas ou não, mas que tratem o seu irmão brasileiro que hoje tem fome,
dessa maneira. Meus parabéns.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Elias Vidal): O
Ver. Cassiá Carpes está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O
SR. CASSIÁ CARPES: Ver.
Elias Vidal, quero saudar os integrantes da Mesa e quero saudar o Pastor
Geisler, que é aqui o representante dessa grande Instituição que faz essa tarefa
e esse mutirão de solidariedade, de união, numa data muito importante para a
família e principalmente para aqueles mais necessitados. Então, essa
instituição tem realmente essa tarefa fundamental, básica, e, como o amigo
disse na tribuna, vem de longa data, num crescimento, num crescimento de
solidariedade, de união, de compartilhamento, principalmente com aqueles mais
necessitados, essa tarefa fundamental de auxílio. Chega o Natal e vejam quantas
famílias pobres, quantas pessoas desamparadas há, até pela própria família,
muitas vezes, numa data essencial de solidariedade.
Portanto, eu quero aqui, em nome do Partido
Trabalhista Brasileiro, desejar que vocês continuem com esse trabalho, que
tenham sucesso nessa tarefa importante de solidariedade e de união da família.
A Igreja Adventista presta, como instituição, uma tarefa importante, e torço
para que isso continue com bastante êxito, porque os Governos, cada vez mais,
vão perdendo a capacidade para esse tipo de solidariedade, e aí entram essas
instituições fundamentais para dar um pouquinho para aqueles mais carentes,
aqueles que têm mais necessidade, e que ficam alheios, muitas vezes, da
família, fora do lar, fora da consistência de uma solidariedade no Natal.
Parabéns
pela entidade, parabéns pelo trabalho, em nome da Bancada do Partido
Trabalhista Brasileiro.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Elias Vidal):
Obrigado, Ver. Cassiá Carpes, pela sua sensibilidade e também por sua fala em
prol do Mutirão do Natal.O Ver. João Antonio Dib está com a palavra, nos termos
do art. 206 do Regimento.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB: Ver.
Elias Vidal e integrantes da instituição Adventista Sul Riograndense de
Educação e Assistência Social, quero cumprimentar a Instituição, em nome do meu
Partido, o Partido Progressista, e em nome da minha Bancada, que é composta
pelos Vers. João Carlos Nedel, Mônica Leal e por mim, pela iniciativa, ou
melhor, pela continuidade de uma iniciativa que já tem 13 anos, segundo
entendi, porque acho da mais alta relevância a preocupação com os nossos
semelhantes. E quero dizer que, quando ouvi suas palavras, ali na tribuna, ouvi
solidariedade e amor ao próximo no coração humano.
Eu
acho que conseguiram dizer tudo o que queriam: o que falta neste mundo mesmo é
solidariedade. Se nós tivéssemos solidariedade humana, nós teríamos a coisa
mais importante para todos nós: paz! E não a temos, porque falta solidariedade.
Nós não nos preocupamos com os nossos semelhantes; nós pensamos em nós mesmos e
esquecemos que os nossos irmãos têm os mesmos direitos que nós.
Portanto,
eu cumprimento a Instituição e formulo votos para que vocês atinjam uma meta
mais elevada do que aquela que, até agora, foi conseguida. Saúde e PAZ!
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Elias Vidal): Obrigado,
Ver. João Dib, pelas suas palavras. A Verª Neuza Canabarro está com a palavra,
nos termos do art. 206 do Regimento
A
SRA. NEUZA CANABARRO: Exmo.
Ver. Elias Vidal, na presidência dos trabalhos, Pastor Geisler, representando a
Instituição Adventista Sul Riograndense de Educação e Assistência Social, nós
ficamos extremamente gratificados por ver mais uma iniciativa que vai atender
aquelas pessoas mais carentes, principalmente durante o Natal.
E
eu gostaria de registrar aqui, Pastor, que, para nós, é extremamente gratificante
ter o Ver. Elias Vidal como colega, poder conviver com ele, porque eu tive a
oportunidade de conhecer todo o trabalho das igrejas adventistas através do
Sangar Vidal, irmão do Elias. E, como Conselheira do Conselho Estadual de
Educação, em Porto Alegre, durante seis anos, visitei essas escolas que têm
servido de exemplo, ao se falar em diversos encontros e palestras, da sua
organização. Tem um número mínimo de funcionários, e uma excelência de atuação na sua Secretaria. Então, em nome dos
Vereadores Mario Fraga, Dr. Goulart, Nereu D’Avila, Ervino Besson e João Bosco
Vaz, eu o cumprimento por essa iniciativa. Parabéns.
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Elias Vidal): Obrigado,
Verª Neuza Canabarro, por suas palavras tão fraternas. O Ver. Adeli Sell está
com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O
SR. ADELI SELL: Meu caro
Vidal, meus caros convidados, em nome da Liderança da minha Bancada, também
quero congratular-me com as atividades desenvolvidas pelo Instituto Adventista
Sul Riograndense de Educação, e quero dizer da nossa preocupação com a situação
de exclusão social que nós estamos vendo a cada dia, em especial na nossa
Cidade, com muitas pessoas com profundas necessidades, e que muitas vezes são
abandonadas pelo Poder Público, como os nossos moradores de rua, as crianças
esmolando nas esquinas, as meninas grávidas na periferia, os nossos idosos,
nossos velhos em situação de precariedade absoluta sem as condições mínimas de
saúde. Portanto, esse mutirão, esse trabalho não é apenas bem-vindo, mas
apostamos que outras entidades, como a sua, no ano inteiro, 365 dias por ano,
possam colaborar para o bem-estar da nossa sociedade. E que também sirva de
alerta para os nossos governantes, que devem fazer a sua parte também. Muito obrigado.
Esta é a palavra que deixo, em nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Elias Vidal): O
nosso muito obrigado, Ver. Adeli Sell, pelas suas palavras. A Verª Clênia
Maranhão está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
A
SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Exmo.
Sr. Ver. Elias Vidal, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, eu queria,
em nome da nossa Bancada do PPS, que é o mesmo Partido do Ver. Elias Vidal, do
Ver. Professor Garcia e do Ver. Paulo Odone, falar da satisfação em poder
recebê-los na nossa Câmara. A Igreja Adventista do Rio Grande do Sul, que nos
traz uma campanha extremamente importante na formação da rede de solidariedade,
que é algo tão necessário numa sociedade como a nossa, onde infelizmente o
individualismo ainda é tão forte.
Eu
queria parabenizar os senhores Pastores aqui presentes, inclusive porque
conhecemos a campanha, uma campanha nacional com amplo apoio inclusive de
personalidades do mundo da televisão, das pessoas públicas que, inspiradas no
trabalho que os senhores e as senhoras desenvolvem na sua Instituição, já
permitiram o recolhimento de mais de meio milhão de quilos de alimentos.
A
nossa Câmara Municipal de Porto Alegre, no dia de hoje, dando visibilidade,
através da iniciativa do Ver. Elias Vidal, nos faz um pouco mais comprometidos
com essa luta de solidariedade. E esperamos poder, todos e todas que estamos
aqui, nos sensibilizar, cada vez mais, para que possamos contribuir com a
campanha com esse significado já tão grande e que precisa ainda ser ampliado.
Sei que a iniciativa da sua instituição tem inspirado várias empresas, que
começam, inclusive diretamente, a estabelecer esses atos solidários no período
do Natal.
Parabéns,
é um prazer recebê-los, desejamos todo o sucesso e que cresça cada vez mais o
trabalho solidário que a sua Igreja desenvolve no nosso País, no nosso Estado e
na nossa Cidade. Obrigada.
(Não
revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Elias Vidal): Após as palavras da Verª Clênia
Maranhão, palavras de apoio, percebemos que esta Casa é muito solidária, sempre
disposta a apoiar todas as iniciativas nesse sentido.
O
Ver. José Ismael Heinen está com a palavra, nos termos do art. 206 do
Regimento.
O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Ver. Elias Vidal, na presidência, o
pastor Geisler, representante da Instituição, que nos expôs essa meritória
campanha nacional do Natal, tão meritória ao nosso País empobrecido, da falta
de solidariedade, tanto na alimentação, quanto no amor ao próximo, merece o
nosso aplauso, os nossos parabéns e a nossa solidariedade. E, dentro do
possível - acho até que é o mais importante - que cada um de nós deva ajudar
nessa campanha e em tantas outras que tenham esse mesmo objetivo.
Em
nome do Partido da Frente Liberal, em meu nome e da minha colega Maristela
Meneghetti, desejamos sucesso na campanha, porque o povo deste País está muito
necessitado de solidariedade. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elias Vidal): O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a
palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras, pastor Geisler, a Bancada do PMDB quer somar-se a todos os
comentários aqui feitos, e dizer que também admiramos muito o trabalho que os
adventistas vêm fazendo no Brasil inteiro.
Acho
que é por aí, e que bom que vocês estão abrindo caminhos. Nossos cumprimentos.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Elias Vidal):
Obrigado, Ver. Bernardino Vendruscolo, que falou em nome de sua Bancada, pelo
PMDB. O Pastor Geisler pediu que nós registrássemos aqui o site do
Mutirão de Natal, que é www.mutiraodenatal.com.br.
Não
havendo mais nenhum inscrito para considerações, que já foram muitas e de
grande expressão, feitas pelos Líderes de Bancadas, nós vamos fazer uma pausa
de um minuto para as despedidas, e também o Pastor Geisler quer fazer uma foto
com todos os Srs. Vereadores e entregar o informativo da Instituição - ADRA.
Neste
momento suspendemos os trabalhos para as despedidas e convidamos os Srs.
Vereadores que venham aqui na frente para posarmos para a foto, junto com o
cartaz da campanha do Mutirão de Natal deste ano. Muito obrigado pelo apoio,
pelo carinho dos Srs. Vereadores. Muito obrigado.
(Suspendem-se
os trabalhos às 14h45min.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz – às 14h51min): Estão
reabertos os trabalhos.
Passamos ao
O Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra em
Grande Expediente.
O SR. CLAUDIO SEBENELO: Sr. Presidente
e Srs. Vereadores, eu tenho a honra de pertencer a uma Casa que tem no talento
dos seus Vereadores talvez uma das suas maiores riquezas. Mas eu gostaria que
hoje um dos Vereadores fosse meu ouvinte especial: o Ver. Adeli Sell, porque só
faltou ele dizer que era bobagem o que eu estava dizendo sobre a questão da
Segurança, na última vez em que discutimos esse assunto em Plenário.
O jornal Zero Hora de hoje traz a opinião de
jornalistas sobre o debate, em Porto Alegre, para Governador do Estado. O
primeiro deles diz o seguinte: “Continuo esperando resposta sobre a pergunta
que fiz a respeito de políticas públicas de prevenção do crime, e não apenas da
repressão”. O jornalista seguinte diz assim: “Mas nenhum dos candidatos disse
como vai solucionar a crise da segurança e a situação financeira”. Um terceiro
jornalista disse: “Senti falta de uma resposta mais objetiva sobre de onde vão
tirar os recursos para investimentos em segurança, apesar de todos afirmarem
que irão dar prioridade para essas áreas”. Outra disse: “Nenhum dos candidatos
apresentou medidas práticas para resolver problemas que todos sabemos que
precisam ser enfrentados e a comunidade reconhece”. Referia-se a um problema
que ocupou um espaço inteiro, que se chamou espaço da Segurança.
Pois, Vereador, se V. Exª quiser a cópia - eu a
forneço a V.Exª - de um trabalho de uma entrevista do Professor José Vicente
Tavares dos Santos, em que ele diz - e daqui talvez possa lhe mostrar o título:
“A ordem é uma tarefa impossível”. Esse é o título do artigo dizendo que a
segurança, pela sua complexidade, e repetindo o que este Vereador falou, por
outras linhas e por outros estudos, que aquela ordem que está na nossa
bandeira, Ordem e Progresso, essa ordem é impossível no País, por isso reina a
desordem.
Então, eu gostaria de continuar falando em
Segurança, com os seus inúmeros tópicos e complexos de causas da criminalidade.
A primeira delas, indiscutivelmente, é que lidamos com o crime-negócio, que
incorpora o tráfico de tóxicos, incorpora o tráfico de armas, e todo o
trabalhador na área do tóxico, clandestinamente, é bem armado; a sonegação; e
atividades que não se constituem em crimes, mas se constituem em negócios e que
são transformadas em atividades criminosas por serem infrações, por serem como
as chegadas ao jogo do bicho, e por trás do jogo do bicho, a cadeia de jogos de
bingo. Esse primeiro item talvez seja o de maior incidência na sociedade
brasileira, hoje, permitindo que essas lideranças negativas criem, Vereador, ao
lado de um Estado oficial, o chamado estado paralelo, tão bem fotografado pelo
diretor e cineasta Francis Ford Coppola, em O Poderoso Chefão. Ali nós temos a
metáfora do que é um estado oficial e o que é um estado paralelo, subvertendo o
estado oficial.
Por
outro lado, hoje temos - fruto desse problema criou-se o Ministério das Cidades
- 16 cidades brasileiras, grandes, a menos de cem quilômetros do litoral
brasileiro, onde vivem 80% das pessoas, e o espaço urbano desapareceu com tal
intensidade que ele passa a ser um fator importantíssimo de criminalidade. Só
na cidade de São Paulo, Ver. Elói, há uma média de 120 a 130 assassinatos por
final de semana, por pessoas que nunca cometeram nenhum delito, e são pessoas
que têm emprego fixo e moradia fixa, não são criminosos; e por motivos chamados
- antigamente - de somenos importância; eles passaram, de uma hora para outra,
a ter sua ficha comprometida por um dos piores crimes, que é o de assassinato.
Se considerarmos a própria estrutura repressiva
como criminosa, pela proximidade e pela promiscuidade entre os organismos
policiais e a criminalidade, vamos ver que essa talvez seja das mais graves
formas de incidência de criminalidade e que também já atinge percentuais de
preocupação do Estado inteiro.
Por outro lado, não podemos esquecer que há um
sistema penitenciário que é uma academia informal, onde se dá toda a geração e
formação de novos criminosos, com pós-graduação nessas academias constituídas
pelo nosso sistema penitenciário.
E,
por fim, a falta de prevenção e a contribuição da imprensa, não na gênese, mas
na difusão de novos heróis negativos para a sociedade, e principalmente quando são
apresentados como verdadeiros recordistas de criminalidade, sejam eles um
Fernandinho Beira-mar, seja um Marcola, todos conhecidos por essa divulgação
fantástica que a imprensa fez.
A SRA. CLÊNIA
MARANHÃO: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, uso o Grande
Expediente, na tarde de hoje, para repercutir, nesta tribuna, uma importante
conquista da sociedade brasileira. Após muitos anos de lutas e mobilizações do
Movimento de Mulheres e de inúmeras Parlamentares brasileiras atuantes na luta
contra a violência, pela garantia dos direitos humanos das pessoas e
particularmente das mulheres, conquistamos, neste mês de agosto, uma Lei
Nacional de enfrentamento à violência doméstica. Essa Lei se intitula “Lei
Maria da Penha”.
O próprio fato de ela ser
reconhecida pelo nome de uma mulher vitimada pela violência doméstica eu acho
que é emblemático: Maria da Penha foi uma mulher brasileira entre tantas outras
mulheres vítimas da violência doméstica, uma biofarmacêutica que foi duas vezes
vítima de tentativa de assassinato pelo seu marido, um professor universitário
que tentou matá-la, deixando-a inclusive paraplégica aos 38 anos de idade,
tendo três filhos com idades entre dois e seis anos. É, na verdade, mais um
instrumento conquistado pelas mulheres, pelo Movimento das Mulheres e pelo
Parlamento brasileiro, um instrumento contra a covardia que pode contribuir
para evitar tantas novas tragédias.
Para entendermos o
significado, a importância dessa Lei, eu queria dizer às Sras. Vereadoras e aos
Srs. Vereadores que aqui, na nossa Cidade, em Porto Alegre, a delegacia
especializada em violência contra as mulheres apresentou, nesta semana, uma
estatística que reflete bem a dramaticidade deste problema. Esse levantamento
mostra que, entre os meses de janeiro e julho deste ano de 2006, só na cidade de Porto
Alegre, foram registrados quatro mil casos na delegacia especializada contra a
violência às mulheres. Quatro mil ocorrências; ocorrências nas áreas de lesão
corporal, de ameaças, de crimes contra a honra e outras. Esses são dados que
mostram que, apesar de todas as campanhas e legislações anteriores, esse crime
continua sendo praticado, corriqueiramente, inclusive em uma Cidade como a
nossa, que é nacionalmente conhecida como uma Cidade extremamente atuante na
luta pela garantia dos direitos humanos.
Nós, militantes da causa das mulheres, e
seguramente todas as pessoas que têm compromisso com a Justiça, esperamos que a
aprovação dessa nova Lei venha trazer a redução na violência contra as mulheres
no âmbito doméstico. Os agressores, evidentemente, sentir-se-ão mais
intimidados, considerando que a Lei garante o aumento das punições e triplica a
pena em relação às leis anteriores. Eu acho que é importante ainda destacar que
essa Lei permite a prisão em flagrante do agressor no âmbito doméstico. Isso
rompe com o conceito que era muito usado para justificar a não-intromissão -
entre aspas - quando se ouvia ou se presenciava uma agressão contra as
mulheres, e sempre, ao lado dessa agressão, uma agressão contra as crianças
dentro das suas próprias casas. Portanto, a permissão da prisão em flagrante
constituiu-se num instrumento fundamental dessa Lei.
Eu quero dizer aos Srs. Vereadores e às Sras
Vereadoras que uma das vergonhas que nós, as mulheres brasileiras, tínhamos
quando participávamos dos congressos internacionais na busca de políticas
públicas para as mulheres, era que havia no Brasil as chamadas penas
pecuniárias. O que significa isso? Nos últimos anos, no Brasil, contra todos e
todas que trabalhavam nessa área, havia sido aprovada uma lei em que o agressor
em âmbito doméstico podia pagar, distribuir cestas básicas, assim resolvendo a
sua ação de agressão.
Então essa Lei acaba com isso. Essa Lei acaba com
essa vergonha que foi construída no Brasil nos últimos anos.
O Sr. Elói Guimarães: V. Exª permite
um aparte?
A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Pois não,
Vereador. É um prazer, por favor.
O Sr. Elói Guimarães: Estou
acompanhando atentamente o belíssimo pronunciamento de V. Exª e vou valer-me
dele para dizer que, com relação à questão da progressão da pena, se faz
imprescindível uma reestruturação radical do Código Penal.
Está aí a questão do criminoso Papagaio, que teve a
progressão de pena. E não se trata de um criminoso qualquer: é um criminoso com
latrocínio, com mais de 36 anos de prisão, que foi colocado no regime
semi-aberto. Houve toda uma reação, e eu quero saudar aqui o
Subprocurador-Geral de Justiça Mauro Renner, que envidou todos os esforços para
que não se desse essa progressão.
Então eu gostaria de dizer aqui que os Juízes de
Direito não podem ser robôs, porque a atitude do Eminente Juiz das Execuções
Criminais da Capital foi de um robô. O Juiz tem que examinar inclusive a
questão da periculosidade, etc, mesmo que a lei literalmente determine; mas tem
que ser avaliado. Foi toda uma luta e, se não me falha a memória, o Dr. Renner
recorreu da decisão. Parece-me que foi até o Supremo, mas terminou-se deixando
Papagaio em regime semi-aberto. Ele fugiu, talvez vá fazer dois, três crimes e
depois retorne à prisão. Agradeço a Vossa Excelência.
A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Muito
obrigada, Ver. Elói. Concordo com V. Exª, que trouxe um tema tão importante ao
nosso debate, dizendo que, evidentemente, a falta de punição de um crime é um
elemento que estimula a repetição desse crime, e essa preocupação trazida pelo
Ver. Elói Guimarães é evidentemente uma preocupação que hoje se coloca para o
conjunto da nossa sociedade, não apenas para as pessoas que trabalham os crimes
no espaço privado, mas que
trabalham os crimes de uma forma geral.
Eu
queria dizer que o Brasil é o 18º país da América Latina a ter uma lei desse
teor. Eu acho que, com a aprovação desta Lei, o Brasil entra em sintonia com a
convenção da ONU, chamada Convenção de Belém do Pará, que definiu e tipificou
os tipos de violência doméstica, especificando o significado da violência
física, da violência patrimonial - ainda tão difícil de ser reconhecida na hora
dos julgamentos -, da violência moral, sexual e psicológica. Cabe a todas e
todos nós, de posse desse instrumento, fazermos o cumprimento desta Lei. Muito
obrigada.
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Encerrado
o Grande Expediente. O Ver. Cassiá Carpes está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O
SR. CASSIÁ CARPES: Sr.
Presidente, Ver. Luiz Braz; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores,
senhoras e senhores, nesta data importantíssima para o trabalhismo, quero aqui,
como Líder do Partido Trabalhista Brasileiro, em nome do Ver. Elói Guimarães e
do Ver. Brasinha, saudar hoje este fato importante da vida brasileira: mais um
aniversário de morte de Getúlio Vargas: o nosso maior Líder, o maior estadista
deste País.
Este
homem teve uma visão de estadista que, até hoje, para vocês terem uma idéia,
quando se fala em mexer nas questões e nas leis trabalhistas, há uma convulsão
social nos meios trabalhistas pela grandiosidade e proteção que trazem ao
trabalhador brasileiro. Getúlio Vargas nos trouxe um ensinamento fundamental no
desenvolvimento social, cultural do trabalho. Então é uma data de quase todos
os Partidos - Getúlio Vargas está acima dos Partidos políticos. Ele deu a esta
Nação, não só ao trabalhismo, mas aos Partidos políticos, uma concepção de
avanço, de modernidade. Naturalmente, esta data para nós, trabalhistas, e para
o povo brasileiro, é muito importante.
Portanto,
quero saudar esta data em nome da Bancada do Partido Trabalhista Brasileiro.
Quero
aproveitar a oportunidade, Ver. Mario Fraga, quando se fala tanto em segurança,
Ver. Sebenelo e Verª Clênia, para trazer um dado aqui que é preocupante, e quem
sabe passe, muitas vezes, para nós da política, despercebido. Nesta eleição
devem estar concorrendo - para os telespectadores que estão em casa terem uma
noção - centenas de brigadianos. Centenas de brigadianos, a cada dois anos,
estão sendo afastados da Brigada para concorrer, sem uma, sequer, possibilidade
de se eleger. Muitos até já concorreram, e isso acontece no meu Partido e em
quase todos os Partidos, mas é uma coisa que passa despercebida. E mais
vergonhoso para todos nós é que o brigadiano não precisa ter um ano de carência
para concorrer por um Partido político. Se ele trocar de um Partido para outro
três meses antes das eleições, ele pode ser candidato. Ele apresenta o seu
nome, Ver. Ismael - e no Exército não há essa regalia, de, na ativa, concorrer.
Um brigadiano, se sair na convenção de um determinado Partido até o dia 30 de
junho, está concorrendo e pode ficar três meses fora da Brigada. Isso não é para
denegrir a Brigada, não; é para mostrar que os bons, aqueles que querem
trabalhar, estão trabalhando. Muitos, de dois em dois anos, são afastados três
meses da Brigada Militar para concorrer, sem qualquer possibilidade de se
elegerem. Temos antecedentes no próprio Partido Trabalhista Brasileiro,
Vereadores que não fazem 500 votos e que querem ser Deputados. São três meses
de folga. E o mais triste ainda é que a maioria dos Deputados, a maioria dos
concorrentes, tem seguranças para viajar pelo Estado inteiro, Ver. Mario Fraga.
A maioria - veja bem o que eu estou dizendo, não tenho medo de afirmar - dos
Deputados e concorrentes às eleições, viaja pelo Estado com seguranças, e esses
seguranças, na maioria das vezes, são brigadianos que poderiam estar na rua
prestando solidariedade, prestando segurança ao cidadão. Esses Deputados têm
medo do quê? Têm medo do povo? Viajando com brigadianos como seguranças pelo
Estado afora, que vergonha! Essas coisas é que nós devemos mudar quando se fala
em segurança. Dentro dos próprios Parlamentos temos que dar exemplos, e esta é
uma vergonha que, às vezes, passa despercebida. É inconcebível que um
concorrente a um cargo legislativo viaje pelo Estado - seja para Deputado
Estadual, Federal, Senador, Governador, Vice-Governador -, usando brigadianos, quando a
sociedade está solicitando, nas ruas, segurança. Isto é privilégio! Com isto
não concordamos! Obrigado, Presidente. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. Nereu
D’Avila está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. NEREU D'AVILA: Sr.
Presidente, Ver. Luiz Braz; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, Ver.
Cássia, queremos dar solidariedade ao seu pronunciamento. A Verª Neuza me
informava que os ex-Governadores tinham seguranças - não têm mais -, e que
somente o Presidente da Assembléia é que tinha segurança. Agora aconteceu um
retrocesso: os Deputados podem ter seguranças. Então, o que V. Exª disse é
verdadeiro: a violência campeando aberta, e segurança apenas para S. Excelências,
e o povo à mercê dos ladrões e dos bandidos!
Eu vim à tribuna hoje, 24 de agosto, em nome da
Bancada do PDT, evidentemente para relembrar aos brasileiros, aos
rio-grandenses, aos porto-alegrenses, a todos aqueles que sabem que esta data
na História representa a lembrança, para nós todos, da morte do ex-Presidente
Getúlio Vargas.
Faz 52 anos que o grande brasileiro, o grande
gaúcho, o grande Presidente, Getúlio Vargas, suicidou-se, em 24 de agosto de
1954. Hoje nós diríamos que Getúlio remexer-se-ia no túmulo, virar-se-ia no
túmulo, porque ele foi acusado, na época, principalmente pela UDN e pelo
jornalista Carlos Lacerda, que tinha o jornal “A Tribuna da Imprensa”, de que
havia um mar de lama no Palácio do Catete. E a histeria, na época, de uma
situação levou o grande brasileiro Vargas ao suicídio. Depois, descobriu-se que
o mar de lama foi apenas um empréstimo do Banco do Brasil para o jornalista
Samuel Weiner implementar um jornal chamado “Última Hora”.
Compare-se 1954 com 2005 e 2006 para ver realmente o que é mar de lama, o
que é um oceano de lama, o que é lama, mesmo.
Então,
nós, hoje, fazemos justiça a Getúlio Vargas, ele que foi o brasileiro que mais
tempo esteve na presidência. Esteve de 1930 a 1945, e, depois, de 1950 a 1954,
no último período, é verdade, o País com muitas situações, já com as
multinacionais, que era o imperialismo, querendo situar-se e adonar-se das
jazidas, por exemplo, de petróleo. Houve um geólogo americano chamado Mr.
Link, que foi trazido ao Brasil e depois de percorrer, inclusive, o recôncavo
baiano e todo o Brasil, deu o veredicto num relatório famoso de que não havia
petróleo no Brasil. Imagine-se que este ano o Brasil está comemorando a
auto-suficiência em petróleo, a Petrobras dá exemplo para o mundo todo de como
perfurar poços de petróleo em grande profundidade, principalmente nas águas do
mar.
Na
época de 1950 foi lançada a grande campanha, da qual participamos ainda como
guris, que era O Petróleo é Nosso. Inclusive havia uma pequena torre de
petróleo na Praça da Alfândega como símbolo dessa campanha nacionalista de
1950.
Então,
52 anos passados da morte de Getúlio e pode-se ver que ele, eu repito sempre
isso, mesmo sendo fazendeiro, pertencente a uma família de grandes posses da
fronteira, sim, de São Borja, Itaqui e outras fazendas no Rio Grande,
fazendeiro, sim, abastado, sim, mas ao contrário de muitos que sendo operário e
chegando à mais alta curul presidencial, inverte a pirâmide. Getúlio era
fazendeiro, mas governou para os pobres; outros, operários, governam para os
ricos.
Hoje,
52 anos passados, reverenciamos com respeito, sim; diversos Partidos vão ao
memorial à Carta-Testamento, ali onde Brizola colocou, quando Governador, lá em
1958/1962, a Carta-Testamento. Todos vão reverenciar, inclusive o nosso Partido
está em São Borja, agora, através do nosso candidato à presidência da
República, Cristovam, que tem 1%, sim, mas assistam ao programa de televisão
para ver o que ele fala: “Educação, educação, educação”, porque só a educação é
o futuro do País, inclusive para superar as questões da violência; a educação
está por trás, sim.
Então,
temos muito orgulho, nós, seguidores do trabalhismo de Vargas, que
industrializou o Brasil, que alavancou o Brasil agrícola, pobre e atrasado,
deixou o Governo em 1954, num País já em pleno desenvolvimento das suas
potencialidades econômicas, houve desenvolvimento da indústria, que depois
Juscelino Kubitschek continuou.
Portanto,
orgulhamo-nos, sim, de ter esse grande brasileiro, nós, rio-grandenses, porque
ele nasceu ali em São Borja, era um gaúcho como nós, e nós, brasileiros, também
nos orgulhamos, porque ele sempre honrou, quando Presidente, primeiro a
honestidade, a probidade, a austeridade administrativa que tanto falta neste
País hoje. E para não ter a vergonha de ser deposto, afastado ou licenciado do
Palácio do Catete, deu um tiro no coração, tiro esse que mudou a história do
Brasil, mas o seu nome ficará, para sempre, lembrado por todos aqueles que amam
o desenvolvimento do Brasil, pois Getúlio Vargas desenvolveu este País como
nunca. Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Obrigado,
Ver. Nereu D’Avila.
Passamos
às
O
Ver. Almerindo Filho está com a palavra em Comunicações. (Pausa.) Ausente. O
Ver. Elói Guimarães está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo
do Ver. Elias Vidal.
Eu,
ao logo do tempo, estive no memorial à Carta-Testamento de Getúlio Vargas,
inclusive em momentos difíceis, momentos em que era um grupo muito pequeno que
ali ia, mas o que importa é exatamente examinarmos a obra imortal do Presidente
Vargas. Se nós pegarmos a história brasileira, de forma imparcial, nós vamos
concluir que Getúlio foi um marco divisor na história brasileira - até Getúlio
e depois de Getúlio -, ou seja, até a Revolução de 1930, e depois da Revolução
de 1930.
É a partir da Revolução de 1930, saída dos pagos
aqui do Rio Grande, que se instala no País um Governo, uma nova ordem - foi uma
revolução -, que busca exatamente a transformação do nosso País. A partir dali,
saímos do Brasil rural, do Brasil do coronelismo, e ingressamos no Brasil e no
Estado nacional.
A
obra de Getúlio é gigantesca. Ele instala as indústrias de base que fazem com
que o País receba exatamente a indústria básica para o seu desenvolvimento
futuro. No campo social, no campo trabalhista concebe a CLT que muitos querem
tocar - vejam, o Governo passado e este querem tocar nos direitos trabalhistas!
Getúlio desenvolve a indústria de base através da siderurgia. É a Petrobras, é
o petróleo, “O petróleo é nosso”, e por aí se vai essa obra magnífica, eu diria
do grande patriarca da Pátria, que foi Getúlio Vargas.
Mas
há um aspecto da gigantesca obra de Getúlio Vargas pouco examinado, pouco
difundido, que é exatamente a unidade nacional. Getúlio, quando manda retirar
de cada Estado um punhado de terra e, simbolicamente, reúne as bandeiras dos
Estados e, simbolicamente, queima - era apenas simbolicamente -, o que ele
fazia naquele momento ali? Ele estava exatamente implantando a unidade nacional,
o Estado nacional em nosso País. Porque, do contrário, não sei se desse imenso
continente, que tem oito milhões de quilômetros quadrados, não teríamos
diversos países; ele é aquele que amarra a unidade nacional através da sua
política de desenvolvimento e também do símbolo que aquilo representava.
Então,
nós hoje estivemos no memorial à Carta, todos lá nos pronunciamos, este
Vereador está fazendo aqui o pronunciamento como fez lá, como Presidente em
exercício do Partido Trabalhista Brasileiro, Partido criado por Vargas. Foi
Vargas que criou o PTB, é Vargas, enfim, que empunha a bandeira do PTB, e nós
continuamos a sua obra, eu sou, por assim dizer, um discípulo de Getúlio Vargas
e assumo publicamente essa condição, porque entendo que ele teve, ao longo da
história - evidentemente que um Governo tem as suas dificuldades, pode ter e
deve ter os seus erros -, mas se nós pegarmos a obra de Vargas, vermos Getúlio
como governante, ele é um modelo, ele é um paradigma sobre qualquer aspecto que
se possa imaginar.
Portanto,
Presidente, Luiz Braz, eu quero aqui deixar transcrito para os Anais a nossa
manifestação, a manifestação do Partido Trabalhista Brasileiro, quando se
rememora - evidentemente que não se comemora, mas se rememora -, se fala na
história, porque na Carta-Testamento ele disse: “a história falará por mim”. E
a história está, evidentemente, falando por Vargas.
Quero
deixar - já feito aqui pelo Ver. Cássia, em nome da Bancada - consignado em
nome do Partido Trabalhista Brasileiro, a nossa homenagem, a nossa saudação ao
grande Presidente, o imortal Getúlio Vargas. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O
Ver. João Antonio Dib está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo
do Ver. Haroldo de Souza.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores; o Ver. Haroldo de
Souza me cedeu o seu tempo para que em seu nome e em meu próprio eu contasse a
história de um homem que há 52 anos, nesta data e neste mês, “deixava a vida
para entrar na história”.
“Há
um homem pelas ruas”. Este texto foi escrito pelo Jornalista Sérgio Jockyman,
que, algumas horas após a morte de Getúlio, circulava na Cidade, e todos os
porto-alegrenses tiveram acesso e o puderam ler. Depois, os jornais publicaram
também (Lê.): “Há um homem pelas ruas. Muitos estiveram junto dele e não o
viram. Muitos tocaram suas mãos e não o sentiram. Muitos desejaram suas
palavras, mas não o ouviram. Muitos juram que ele não existe, mas há um homem
pelas ruas. Ele estava na frente do povo na terça-feira. Ele subiu também as
escadas, comandando a revolta. Ele rompeu as portas, ele destruiu e queimou
junto com o povo. Muitos falavam no seu nome, mas ninguém o viu. Quando muitos
choravam eram dele as palavras de consolo. Só ele sabia que a revolta também
era um pranto. Só ele sabia que aquele povo que depredou e destruiu estava
apenas à procura de justiça.
Há
um homem pelas ruas. Um homem que sabe que foi melhor trocar fogo e destruição
por sangue e sacrifício. Onde estava ele? Andou pelas favelas de Recife, pelas
ruas estreitas de São Luiz, pelo asfalto do Rio, pelos arranha-céus de São
Paulo, pelas ruas de Porto Alegre. Quando o povo recuava diante dos fuzis e das
baionetas, ele sorria. Há um homem pelas ruas que não teme metralhadoras, que
não teme fuzis, que não teme baionetas.
Ele
estava na mira de todas as armas, mas inatingível para todas elas. Passou com
um sorriso pelos tanques, e com um sorriso tocou o cano das metralhadoras.
Detiveram o povo com fileiras de soldados, mas ele passou incólume por elas. Há
um homem pelas ruas, que não poderá mais ser detido com exércitos. Há um homem
pelas ruas, que não poderá mais ser preso ou sacrificado. Cautela com ele. Ele
deverá votar em todas as urnas do Brasil. Mesa por mesa, secção por secção.
Seus votos se multiplicarão e são uma garantia de vitória. Há um homem pelas
ruas que vai ser o mais votado do Brasil. Embora as leis eleitorais o proíbam,
ele será candidato milhares de vezes para milhares de postos. Seu nome figura
nas listas de candidatos à Assembléia Legislativa, mas também nas listas de
candidatos à Câmara Federal.
Muitas vidas passarão, mas ele não perecerá. Há um
homem pelas ruas além da vida, além da morte, além do tempo. Há um homem que
descerrará os portões dos quartéis e sem uma palavra desarmará as mãos que se
erguerem contra ele. Há um homem pelas ruas mais forte que exércitos, mais
forte que leis, mais forte que os Partidos, mais forte que laços de sangue, que
sentimentos de pátria. Chamava-se Getúlio Dornelles Vargas, hoje não se chama
mais. Pode ter errado, pode ter caído não uma, mas várias vezes, pode ter feito
tudo o que dizem, tudo o que ainda dirão, mas nada disso importará. Há um homem
pelas ruas que se chamava Getúlio Dornelles Vargas, mas hoje não se chama mais.
Os que procuram um nome poderão dizer que ele é: revolta, justiça, ideal, ação
ou qualquer outra palavra. Mas, embora podendo ser tudo que dizem, na verdade
não o é. Os que o adoram, os que simpatizam com ele, os que o lamentam, os que
se apiadam dele não o vão recordar por ter sido Getúlio Dornelles Vargas, não por ter sido
Presidente do Brasil, não por ter sido chefe de Partido, não por ter sido líder
de qualquer coisa, mas simplesmente por ter sido um homem. Há um homem pelas
ruas... mais forte que o tempo, mais forte que a vida. Um homem que se chamou
Getúlio Dornelles Vargas, mas que hoje não se chama mais. Chama-se apenas: um
homem”. E esse homem, Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, não
deixou herdeiros neste País, lamentavelmente. Saúde e PAZ!
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. Aldacir Oliboni está com a
palavra em Comunicações, por cedência de tempo dos Vereadores João Carlos Nedel
e Carlos Comassetto.
O SR. ALDACIR OLIBONI: Saúdo o nobre Presidente, Ver. Luiz
Braz; Ver. Haroldo; Vereadores e Vereadoras que estão presentes como também
todos aqueles cidadãos e cidadãs que acompanham o Canal 16, eu vim à tribuna e
agradeço a cedência do tempo do Ver. Nedel - que já está chegando -, como
também do nobre Ver. Comassetto. Nós temos um tema muito importante para
resolver.
Nós
recebemos, há poucos minutos, o cidadão Juvenil Nunes Ortiz, que está aqui
presente no nosso plenário, que vem trazer a reivindicação de que a Morada da
Hípica, que possui um posto de saúde, possui apenas uma equipe de saúde. A
Morada da Hípica tem no mínimo três mil famílias, e essa única equipe de saúde
atende hoje 1.234 famílias cadastradas. São mais de 1.500 famílias da Morada da
Hípica que não são cadastradas e não estão tendo atendimento. E mais do que
isso, a Morada da Hípica II, que é próxima à Morada da Hípica I, tem mais de
200 famílias que também não têm atendimento.
Essa
reivindicação não é de hoje; essa reivindicação já vem desde o ano passado, quando
o Governo foi até o local e prometeu não só colocar mais equipes de saúde como
também criar uma possibilidade de ter um outro posto de saúde.
Por
que, então, esses cidadãos, essas cidadãs vêm aqui, em nome da Associação de
Moradores, reivindicar? E carta está sendo assinada também pela presidente
Cleide Salazar.
É
que nós, da Comissão de Saúde, temos que ter a sensibilidade - e creio que o
Ver. Nedel a terá - de poder não só receber a comunidade como também receber o
Governo, para que, no mínimo, no programa do próximo ano, seja incluída nessa
região não só mais uma equipe, mas, quem sabe, mais um posto de saúde.
Vejam
os senhores: uma comunidade com três mil famílias tem apenas uma equipe médica,
e são fornecidas diariamente dez fichas para atendimento médico. Realmente, não
há como suportar isso, não dá para entender que essas pessoas devem se deslocar
lá para o outro posto de saúde, a uma distância de mais de cinco quilômetros,
mais de 40 minutos de ônibus, para serem atendidas. Então, com esta reivindicação
trazida até aqui, Ver. João Antonio Dib, nós queremos chamar o Governo à
responsabilidade, através do Ver. João Carlos Nedel, para que nós possamos ir
até lá, ou receber essa comunidade, para viabilizar a solução das famílias.
O Sr. Adeli Sell: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Ver. Oliboni, nós temos muitos problemas nos nossos postos de
saúde. Na Ponta Grossa, há o exemplo gritante de pessoas que simplesmente não
conseguem atendimento. Então, me somo às suas preocupações e às demandas dessas
comunidades.
O Sr. Carlos Comassetto: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Ver. Aldacir, comunidade aqui presente, queremos registrar aqui que
há um Projeto pronto - está parado na Secretaria de Obras e Viação -, com um convênio
firmado com o Hospital Moinhos de Vento, prevendo não só a construção do
Hospital Geral da Restinga, como também de 16 Postos de Saúde da Família para
atender a Região. Está registrado. Obrigado.
O SR. ALDACIR OLIBONI: Obrigado. Vejam os senhores que nós temos
a necessidade não só desse posto de saúde; temos também outras necessidades,
como o Hospital da Restinga, o Pronto-Socorro Zona Sul, que poderia ser no
Parque Belém, e muitas outras coisas que poderão, quem sabe, na Peça
Orçamentária deste ano, contemplar essas comunidades que até então estão sem
atendimento.
Além
disto, eu queria falar de um Projeto de Lei que foi aprovado nesta Casa há
dois, e a Lei é a de nº 9.728, que cria a Feira Popular no Parque da Harmonia,
na Semana Farroupilha. Estamos indo para o segundo ano que Projeto foi
aprovado, e, na seleção ou cadastramento dessas feiras, que foi agora feito
para a Semana Farroupilha, mais uma vez esse Projeto foi rasgado. Só quero
demonstrar que muitos projetos que nós aprovamos aqui não estão sendo
obedecidos pelo Governo Municipal. Quero chamar o Governo à sensibilidade, para
que no mínimo as leis aprovadas e sancionadas tenham a possibilidade de serem
executadas. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): A Verª Margarete Moraes está com a
palavra em Comunicações.
A SRA. MARGARETE MORAES: Sr. Presidente, Ver. Luiz Braz; Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores, público que nos assiste, eu quero cumprimentar com
muita sinceridade, em nome da Bancada do meu Partido, o PDT e o PTB, que
reivindicam o herdeiro de Getúlio Vargas, e, embora o nosso Partido discorde de
algumas posições de Getúlio Vargas, nós temos a certeza de que ele estabeleceu,
pela primeira vez no País, um projeto, uma idéia global de Nação, de modernidade,
e, embora tendo realizado erros terríveis - como foi o caso da Olga Benário,
aquela grande comunista que foi entregue aos campos de concentração nazistas -,
ele foi um estadista, mas infelizmente acabou perdendo, acabou se suicidando.
É
importante que a gente faça uma comparação, porque Getúlio Vargas sofreu com o
golpismo da UDN, de Carlos Lacerda, que o acusava e fazia um estardalhaço, um
escândalo de corrupção. É preciso aprender com essa história e compararmos
aquele tempo com os tempos de hoje.
Mas
o que eu queria, de fato, era questionar o sentido, o significado da palavra
“coerência”, e quero estabelecer um diálogo com alguns Vereadores desta Casa -
porque nunca é bom generalizar -, que fizeram oposição durante 16 anos, uma
oposição raivosa, rude... Lembro que às vezes algum Secretário vinha aqui e era
impedido de sentar nos bancos daqui, era convidado a se retirar, sem a menor
civilidade. Aí, quando assumiram a situação, em 2005, não permitiam a nós, que
estávamos aprendendo a ser oposição, sequer o direito de fiscalizar, o que é
uma obrigação desta Casa. Inclusive o Ver. Carlos Todeschini - e toda a Bancada
do PT - fez uma análise sobre toda a situação real e objetiva do DMLU; isso não
é uma interpretação, é um fato, é uma realidade, e ele foi processado pelo
Diretor do DMLU - evidentemente que foi absolvido -, que não está acostumado a
conviver com as críticas e nem com a função desta Casa, uma função democrática.
Também queria fazer uma reflexão em relação à Saúde
- que tanto nós denunciamos os escândalos na Saúde, em relação ao Governo do
Estado - e à Segurança; nós fizemos uma Audiência Pública nesta Casa,
convidamos autoridades do Estado, da Secretaria de Segurança, da Secretaria de
Educação, e, com o maior desprezo por nossas instituições, por esta Casa, por
este Legislativo, simplesmente eles não compareceram.
Existe
uma situação dramática, gravíssima na Zona Norte, em todo o eixo da Baltazar de
Oliveira Garcia, inclusive a própria escola Baltazar de Oliveira Garcia nem
sequer tem um muro para a sua segurança. E hoje nós temos o maior índice de
evasão naquela região por causa da falta de segurança. Nós falamos no
retrocesso da Educação no Governo Rigotto; o retrocesso na Universidade
Estadual do Rio Grande do Sul - a UERGS. A UERGS está sendo desmantelada. Nós
falamos no fim dos programas sociais do atual Governo, como o Primeiro Emprego
e tantos programas importantes que haviam sido iniciados, sempre dentro de uma
oposição séria e responsável.
E
aí, quero questionar onde está a coerência? Hoje, bastar ligarmos a televisão
ou ouvirmos o rádio para vermos e ouvirmos os candidatos do campo majoritário
do PSDB e do PP fazerem todas essas críticas. Eles criticam o seu Governo, pois
estavam dentro do Governo Rigotto, e, como Secretários, eram parceiros;
continua a “cecezada” - como dizia o Ver. Sebastião Melo -, e hoje eles não são
mais parceiros.
Então,
hoje eles apontam todas essas questões com muita contundência - o que nós
apontávamos com muita delicadeza -, como se não tivessem sido parceiros, como
se não tivessem sido Vice-Governador do Estado, como se não tivessem o Vice, e
continuam com os CCs lá.
Então,
eu quero fazer uma reflexão, porque tenho certeza de que a política exige
coerência, e o povo gaúcho não gosta de incoerência e não gosta de oportunismo
na política.
Eu
queria fazer essa reflexão, no tempo de Comunicação, que é da minha
responsabilidade, aos Vereadores hoje da situação, que é um bloco inteiro, um
“biombo” - como dizia o nosso Raul Pont -, que apóia o Governo Fogaça, mas que
está absolutamente dividido em relação ao Governo do Estado. Muito obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz):
O Ver. Mario Fraga está com a palavra em Comunicações.
O
SR. MARIO FRAGA: Sr.
Presidente, Vereador Luiz Braz; Sras Vereadoras; Srs. Vereadores,
público que está nos visitando, público da TV Câmara, nós temos de ter cuidado,
Vereador, mais uma vez aqui, que todo mundo já falou, mas todo mundo fala em
política. O meu discurso era completamente diferente do da Verª Margarete
Moraes, mas, casualmente, eu estive no debate lá e vi dois ex-companheiros da
Verª Margarete Moraes criticando o candidato deles.
(Aparte anti-regimental da Verª Margarete Moraes.)
O
SR. MARIO FRAGA: São
ex-companheiros seus, que estavam ao seu lado, Verª Margarete Moraes, como nós
estávamos ao lado do Governador Germano Rigotto até há pouco tempo. É a mesma
situação, só que sempre é a mesma coisa: para o PT é uma coisa e para nós é
outra.
Para
nós, nós éramos ex-companheiros do Germano Rigotto, eu não tenho dúvida nenhuma
disso! Agora, o Roberto Roibana e o Édson também eram ex-companheiros de vocês
e, hoje, os criticam! Mas eu não queria falar desse assunto, sob pena de nós
perdermos esta tevê. Nós não podemos perder, Verª Margarete Moraes - que não é
candidata, eu também não sou candidato, Ver. Luiz Braz -, este espaço que temos
aqui, que já é pouco para nós, 36 Vereadores, que temos pouco espaço para
falar.
Queria
falar aqui de três Projetos que estão na Câmara, na nossa Casa, Ver. Luiz Braz,
e que nós precisamos acelerar, cada um no seu jeito, principalmente o que trata
do reajuste do funcionalismo municipal. Nós estamos, agora, na nossa
Bancada, junto com o Vereador-Líder Nereu D’Avila, tratando deste assunto, para
vermos se conseguimos junto à Diretora Legislativa para que venha, Ver. Luiz
Braz... Temos falado aí com outros Vereadores, com o Ver. João Antonio Dib
também, que, de todo o jeito, mesmo uma parcela do funcionalismo municipal não
querendo, estando em desacordo neste momento, mas que se dê essa parcela - que
acho que será de 6% ou 8% -, para as pessoas que estão necessitadas desses 8%,
que serão retroativos a maio de 2006.
Então, nós estamos em tratativas no sentido de que
possamos, Ver. Luiz Braz - e peço a ajuda de V. Exª também -, votar na
segunda-feira, para que essa diferença possa entrar ainda na folha de pagamento
do mês de agosto, que tenho certeza de que faz diferença para os funcionários,
principalmente os que recebem tão pouco neste Município.
Estão-nos
visitando nesta Casa os ex-funcionários dos bingos que foram fechados, Ver.
Luiz Braz. O Ver. Adeli trouxe à Câmara Municipal um Projeto de sua autoria,
mas ele já falou que é um Projeto para a Cidade, e principalmente, a esses
funcionários de bingos que estão desempregados, estão pedindo ajuda para poder
locomover-se, para tentar arrumar um novo emprego, poder fazer valer os seus
direitos e conseguir até vir a esta Casa, para o que já estão com dificuldade.
Ontem, esteve um grupo maior aqui, e agora, hoje, já estive procurando o Projeto,
está na Comissão de Constituição e Justiça, e muitos Vereadores ainda têm
dúvidas sobre a sua legalidade ou ilegalidade. Mas acho que esta Casa é para
isso: é para nós fazermos a lei, e a Procuradoria, o Município, o Prefeito
decidirem se pode ou não aceitar. Mas o certo é que esses trabalhadores - e só
em Porto Alegre são duas mil famílias -, precisam de ajuda. E nós, do PDT,
estamos dispostos a fazer isso, Ver. Adeli.
Então,
agora o Ver. Ibsen estava aqui, nós vamos ver como está, vamos ver se ele
consegue distribuir, e, se não, vamos apoiar, Ver. Adeli, que venha nos 30 dias
e que se peça Regime de Urgência e consiga levar adiante este Projeto que é tão
importante para a cidade de Porto Alegre.
Então,
nós queríamos dizer que o PDT está unido nesse Projeto e também,
principalmente, Ver. Luiz Braz, no que diz respeito ao reajuste do
funcionalismo municipal. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Passamos
à
(até 06 oradores/10 minutos/com aparte)
1ª SESSÃO
PROC.
N. 4348/06 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N. 031/06, que dispõe sobre as diretrizes
orçamentárias para 2007 e dá outras providências.
PROC.
N. 4349/06 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N. 032/06, que altera a Lei n. 9.814 de 29 de agosto
de 2005, que dispõe sobre o Plano Plurianual 2006-2009 e dá outras
providências.
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O
Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir a Pauta Especial.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, hoje começa um
momento de grande importância para a Cidade e para a Casa do Povo de Porto
Alegre. Em seis Sessões preliminares de Pauta, nós vamos discutir a Lei de
Diretrizes Orçamentárias, que servirá para darmos ao Prefeito as condições de
elaborar o Orçamento para o ano de 2007. Como eu disse, são seis Sessões
Ordinárias, e, em cada Sessão, seis Vereadores podem falar por dez minutos, e,
durante a Pauta, podem ser apresentadas emendas de autoria do Vereador ou de populares.
Populares só podem apresentar emendas durante o período de Pauta, e o último
período de Pauta Especial é no dia 6 de setembro, aniversário da Câmara
Municipal de Porto Alegre. Até lá, os munícipes poderão apresentar emendas,
desde que sejam emendas firmadas por 300 eleitores ou por três entidades de
representantes da sociedade, mas podem apresentar unicamente uma Emenda - as
mesmas entidades não podem participar de outras emendas.
O
que eu gostaria de dizer, Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores,
de forma sucinta, é que eu não pretendo fazer emendas à Lei de Diretrizes
Orçamentárias. Talvez eu faça uma Emenda colocando no lugar exato algo
referente à identificação dos logradouros, ou seja, à colocação das placas de
ruas, que já é uma história muito longa nesta Cidade - passam Governos e as
placas não são colocadas; talvez eu faça essa Emenda. Eu sei que os Vereadores
vão emendar o art. 9º, quando o Prefeito propõe que seja permitida a
suplementação de 10% sobre o total do Orçamento em qualquer rubrica. Sei que
vão propor 4,2%, 5%, 5,8%, não importa quanto seja, essa Emenda eu creio que
seja válida, mas eu recomendaria aos meus Pares que não fizessem emendas,
porque a função principal dos Vereadores é fiscalizar o Orçamento. Se o
Executivo faz o Orçamento, nós vamos fiscalizá-lo! Mas se nós tentamos mudar, e
o complicamos, às vezes por dificuldades nossas de entender a forma em que
agora é apresentada a Lei de Diretrizes Orçamentárias, seria mais conveniente
que todos nós nos poupássemos, até porque no dia da votação chegam ao Plenário
duas centenas de emendas, e, na hora, termina-se retirando essa, retira-se mais
aquela, e ficam 10, 12, 15 ou 20. Então, acho que os Vereadores deveriam ser
sóbrios nas suas Emendas, para que nós tenhamos as condições necessárias de
fiscalizar a execução orçamentária depois. Saúde e PAZ!
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O
Ver. Carlos Comassetto está com a palavra para discutir a Pauta Especial.
O
SR. CARLOS COMASSETTO: Sr.
Presidente Ver. Luiz Braz; colegas Vereadoras e Vereadores, público que nos
assiste, participantes aqui das galerias, quero dizer que esta discussão de
Pauta Especial da Lei de Diretrizes Orçamentárias exige desta Casa uma reflexão
muito grande e importante. Na verdade, esse Projeto que foi apresentado à Casa
é um descaso administrativo. Quero justificar essas afirmações aos colegas
Vereadores.
Analisando
toda a proposta mandada à Casa, gostaria de dizer que, primeiro, ela apresenta
um equívoco grandioso. Por quê? Porque nessa Lei, Sr. Presidente, não está
vindo só a LDO, está vindo um novo Plano Plurianual. E Plano Plurianual
aprova-se uma vez só a cada quatro anos. Portanto, nós recebemos aqui um
conjunto de mudanças no Plano Plurianual que aprovamos em 2005.
Neste
momento, passado um ano da aplicação do primeiro Plano Plurianual, para os
ouvintes que estão nos assistindo, o que significa Plano Plurianual? É um plano
construído pelo Executivo e Legislativo que terá que ter validade para quatro
anos e que atinge o primeiro ano do próximo Governo. Isso atinge o princípio da
programação, e o princípio da programação, Verª Clênia Maranhão, Líder do
Governo, tem que ser mantido. E o que está sendo mandado para esta Casa está
desconstituindo o princípio da programação.
O
Sr. João Antonio Dib: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Carlos Comassetto,
historicamente o Plano Plurianual vem no início da Administração;
historicamente. No entanto, eu entendo, não li as alterações que o Prefeito
está propondo, se for para melhor eu acho que não tem por que não aceitar.
Porque ele não é absolutamente estático, não há nada dizendo que ele não possa
ser alterado. Se for para melhor, eu acho que nós devemos aprovar. Não li as
alterações, e volto a dizer: historicamente, sempre foi uma vez só.
O
SR. CARLOS COMASSETTO: Quero
dizer-lhe que não poderá ser para melhor, vindo junto com a LDO, numa confusão
entre Plano Plurianual e LDO. Nós aprovamos primeiro o Plano Plurianual; se era
para fazermos qualquer reajuste, reforma, orientação, que fizéssemos isso
exclusivamente no Plano Plurianual, para a LDO depois encaixada nesse Plano
Plurianual. Estou fazendo essa constatação aqui da tribuna, porque isso, no
mínimo, para este Vereador, é um desrespeito ao Legislativo Municipal! Não
podemos aceitar essa lógica que rompe com o princípio das relações entre os
Poderes, e esse princípio é o princípio da programação; o primeiro deles. E
aqui justifico, Ver. João Antonio Dib, porque a finalidade do Plano Plurianual,
em termos orçamentários, é estabelecer objetivos, metas e programas, e nós já
fizemos isso.
Bom,
o Governo extingue um conjunto de programas, e eu poderia dizer aqui que o
Programa de Apoio Administrativo é apresentado pelo Governo extinguindo-o por
dentro da LDO. Ele extinguiu esse Programa e agora não diz, não nos informa, em
momento nenhum, que esse Programa, que é constituído de previsões e despesas
decorrentes de capital para os quatros anos, inclusive para 2006, que esse
recurso que está previsto - nem para onde foi ou para onde vai - simplesmente
sumiu nessa nova apresentação, e não é pouco o valor: são sete milhões e pouco.
Como podemos nós simplesmente aceitar esse novo Plano Plurianual, que - eu vou fazer
aqui uma figuração - está um frankenstein? Se ele está sendo remendado,
emendado, constituído, desconstituído neste momento, nós temos que separar aqui
a discussão: temos que fazer a discussão, então, sobre quais são as reformas ao
Plano Plurianual e como a nova LDO, que é a Lei de Diretrizes Orçamentárias, se
encaixa nesse Plano. Esta é uma primeira constatação.
Podemos falar de uma segunda constatação. Vamos ao
art. 3°, que diz o seguinte (Lê.): “Ficam incluídas as ações ‘Administração
Geral’ e ‘Publicidade’ nos programas finalísticos e programas de Gestão de
Políticas Públicas”. Não nos são informados os valores, as despesas correntes e
de capital, de cada uma dessas ações. Como que nós extinguimos o Programa de
Apoio Administrativo com previsão de 7 milhões, 881 mil reais? Vão dizer:
“Simplesmente extinguimos?” Não! Não pode ser assim! Está equivocado
tecnicamente, politicamente, juridicamente e administrativamente esse formato
que está sendo remetido à Câmara de Vereadores.
Terceira constatação - vamos ao art. 4º (Lê.):
“Ficam alteradas as denominações, descrição, produto, meta e unidade de medida,
assim como ficam incluídas novas ações com descrição, produto, meta e unidade
de medida, conforme o caso, na forma especificada no anexo desta Lei”. Bem, se
nós estamos mudando tudo isso, o que valeu o que discutimos aqui e aprovamos
num Plano Plurianual e nos programas que definiam produto, metas e ações? Não
dá para, no meio do caminho, mudar as regras do jogo!
Vamos mais: quem vai fazer a consolidação dessas
alterações do Plano Plurianual? Vão consolidá-lo de acordo com quais
interesses? Não será um novo Plano Plurianual aprovado pelo Legislativo, e sim,
montado pelo Executivo. Eu não posso concordar com essa lógica.
Trago este debate aqui, como sempre fiz, fraternalmente, analisando-o com profundidade e vendo as análises, os equívocos que os Projetos apresentam, para podermos, aqui, identificar qual é o papel do Legislativo e qual é o papel do Executivo, o que está legalmente muito bem constituído. Assim, na verdade, nós temos um novo Plano Plurianual, mas sem valores; só que agora será um verdadeiro cheque em branco, se nós aprovarmos este Projeto dessa maneira, com essa nova LDO.
Ainda
sobre a Lei de Diretrizes Orçamentárias, nós mantemos a mesma crítica já
realizada sobre as alterações do Plano Plurianual. É um equívoco analisar as
duas propostas conjuntamente. Está vindo aqui uma reforma do Plano Plurianual
casada com a LDO. Ver. João Dib, V. Exª que já foi Prefeito e que muito nos
criticou na Administração, V. Exª concorda com esta lógica que nos foi apresentada
aqui na Casa?
Além disso, nós temos um conjunto de questões, e eu diria que o Executivo não pode nos afirmar que trará novas emendas como subatividade ou subprojetos, afirmando que fará um juízo de nossas emendas depois de aprovadas! Se isso é verdade, o Executivo pretende limitar o poder dado aos Vereadores, ou o poder desta Casa, constitucionalmente!? Sr. Presidente, nós não podemos aceitar, aqui, esta lógica, porque ela fere a autonomia e independência dos Poderes. O limite de emendar, do Vereador, é dado constitucionalmente, e essa nova proposta apresentada à Câmara de Vereadores propõe limites às emendas dos Vereadores. Nós não podemos aceitar essa lógica, porque, constitucionalmente, nós podemos e temos o direito de assim apresentar, podemos discutir aqui o quanto quisermos, com a participação da sociedade, aprovarmos ou rejeitarmos, mas o Executivo não pode limitar o papel dos Vereadores de apresentar, analisar e aprovar emendas que venham a fortalecer os programas, projetos e ações do Executivo Municipal.
Eu tenho um conjunto enorme de considerações, mas, para iniciar o debate e provocar aqui os desajustes que identificamos que estão vindo, e o primeiro deles é essa confusão da reforma do Plano Plurianual e da LDO; segundo, extingue um conjunto de programas, inclusive com previsão orçamentária, e não diz para onde vai esse recurso; e, em terceiro, o papel que está querendo o Executivo de limitar a ação dos Vereadores quanto à apresentação de emendas. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. CLAUDIO SEBENELO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, Ver. Comassetto, os
tempos mudaram, os métodos mudaram, isto é, a forma de administrar mudou.
Nesses
últimos dez anos, certamente oito anos foram de verdadeiros carimbos que cada
ano se apresentavam aqui. Não havia uma mudança de estratégia, havia um
desgaste monumental das relações entre esta Casa e o Governo do Paço Municipal.
Algumas vezes, até fomos brindados com o achincalhe e o desaforo de alguns
Prefeitos que quando iam para o Exterior, além do pé-frio, eles eram ofensivos
a esta Casa, e um dos Prefeitos dizendo que esta Casa não deveria existir,
dando vazão ao seu autoritarismo e dizendo que o melhor eram apenas as
propostas orçamentárias serem apreciadas pelo Orçamento Participativo, e que,
além de tudo, era gratuito.
Pois
hoje, numa visão muito mais democrática e muito mais aberta, nós estamos vendo
o Plano Plurianual integrar-se à Lei de Diretrizes Orçamentárias, porque, Ver.
Comassetto, o Plano Plurianual tem quatro etapas fundamentais: ele tem um tempo
de planejamento; um tempo de execução; um tempo de revisão; e um tempo de
modificação.
Por
que essa rigidez? Por que esse absurdo de achar que um Plano Plurianual não
pode ser modificado, e, se modificado para melhor, por que não modificar?
Essa
correlação está ligada também a um choque de gestão, a um programa, a uma
mudança que hoje ainda sofre as conseqüências; este Plano, esta LDO, sofre as
conseqüências do déficit encontrado e do atraso de quase dois anos que obriga
esta Administração, por ter, no mínimo, quase 200 milhões de reais de déficit.
E quando se corre atrás, a gente sabe que é muito mais difícil do que ter uma
conta positiva.
Então,
hoje, nós temos um Plano Plurianual e uma LDO voltados aos programas, como base
de todo um trabalho. É uma nova forma de trabalho, é uma nova forma de
apropriação nas rubricas, é uma nova forma de gestão, é um novo modelo,
diferente daquela estática e daquela imobilidade da máquina pública que se
viciou, que envelheceu, e, mais do que isso, tornou-se um verdadeiro boicote,
muitas vezes, às intenções políticas de uma nova Administração.
Por
isso, hoje, nós temos uma Administração por programas, e, nas próximas
ocasiões, nós poderemos fazer uma nova discussão a respeito de cada uma das
Secretarias e a respeito de cada um dos programas, que é o mais importante. E,
por isso, esse choque de gestão traz essa possibilidade, inclusive, de mudanças
de rota, de mudanças de caminho, de mudanças, inclusive, de atitudes perante
aos novos formatos da Cidade e, principalmente, adaptando-se aos dias atuais e
não àquele velho carimbo que nós recebíamos todos os anos, exatamente igual ao
ano anterior, com as mesmas estratégias, com os problemas aumentando cada vez
mais, com a Cidade se favelizando, havendo um caos insuportável na área da
Saúde. As questões cíclicas e ridículas na área da Educação, quando nós
tínhamos, primeiramente, um programa que não tinha nome; o segundo Secretário
Estadual disse que era pelo construtivismo; o terceiro, que era por ciclos; e
com o quarto, foi quando começou o grande debate: tira o ciclo, deixa o ciclo.
Olha, foi uma das perdas imensas que houve no ensino, na área da Educação, foi
o calcanhar-de-aquiles brutal da Administração anterior. Essa questão tão
sofrida nesta Cidade, do ensino em que, muitas vezes, nós vimos publicadas,
inclusive na imprensa, cartas de Secretários anteriores, inclusive da
Secretária Esther Pillar Grossi, ridicularizando o desprezo da Administração
Municipal em relação ao despreparo dos alunos para enfrentar o mercado de
trabalho, e, sim, uma educação estática e comprometida, inclusive com dados
estatísticos, mas jamais com a nossa realidade.
A
Srª Sofia Cavedon: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Sebenelo, agradeço-lhe
pelo aparte, porque acho que essa questão merece o contraponto. V. Exª expressa
uma opinião pela qual eu tenho profundo desacordo, e veja, o País hoje comemora
uma legislação que incorpora a criança com a idade de seis anos no Ensino
Fundamental. O tempo de nove anos para o Ensino Fundamental significa um
acréscimo, uma qualificação do ensino no País e em Porto Alegre, através do
sistema dos ciclos; já havia incorporado a partir de 1995, portanto, foi
vanguarda. Toda a discussão da avaliação e da reprovação que foi enfrentada e
superada, porque os altos índices de reprovação nesta Cidade significavam
excluir as crianças, classificá-las e desanimá-las pelo resto da vida, e reduziu-se
bastante esses indicadores e a evasão escolar, Ver. Sebenelo. Parece-me que o
senhor deveria considerar outros aspectos.
O
SR. CLAUDIO SEBENELO: Muito
obrigado, mas quero dizer-lhe que a questão da evasão escolar não apenas
permanece, como ela foi escamoteada, muitas vezes, por um processo que não se
aceitou, e quando foi-se ver o dado estatístico, não conferia com a realidade;
ao contrário. Como a questão do dado estatístico não conferia com a realidade,
especialmente na questão da evasão, isso, então, mereceu inclusive publicações
científicas com rigor acadêmico no processo não só de evasão, mas também em
outras questões.
A
Srª Sofia Cavedon: V.
Exª permite um aparte?
O
SR. CLAUDIO SEBENELO: Por
gentileza, eu estou no fim do meu pronunciamento, eu queria avançar um pouco
mais nessa parte, comprometo-me, na próxima vez, de dar um segundo aparte para
a senhora, com todo o prazer.
Então,
eu gostaria que a população de Porto Alegre tomasse conhecimento deste envio do
Plano Plurianual, acrescido da LDO, o que é um dos grandes avanços, e essa é a
democratização do processo orçamentário.
Essa,
indiscutivelmente, é a grande diferença que se faz com governos anteriores e,
especialmente, quando nós, Vereadores, recebíamos, aqui, todos os anos,
exatamente a mesma cópia dos anos anteriores, apenas adaptados os valores
orçamentários. Às vezes, até esqueciam de adaptar a data, e nós recebíamos com
um ano de antecedência por esquecimento de adaptação da data. Era um verdadeiro
carimbo!
Hoje,
não; hoje temos esta riqueza para ser analisada. Quero fazer, inclusive, uma
análise das Diretrizes Orçamentárias na área da Saúde, no meu próximo
pronunciamento. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para
discutir a Pauta Especial.
O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras
Vereadoras, quero dizer ao Ver. Claudio Sebenelo que as questões que ele
levantou aqui não fazem parte da LDO; é bom que ele saiba.
Eu
pretendo abordar as questões técnicas e legais relativamente aos temas das leis
orçamentárias. Num segundo momento, se tiver oportunidade, analisarei, item a
item, as propostas constantes nos dois Projetos de Lei do Executivo.
Pela doutrina, existe uma hierarquia das leis
orçamentárias. Essa hierarquia é necessária, pois uma Peça Orçamentária serve
de base à Peça subseqüente.
Uma das formas de se cumprir essa hierarquia é o
critério da temporalidade. Primeiro, se analisa e se aprova o Plano Plurianual;
depois, com base no Plano Plurianual, se aprova a LDO - Lei de Diretrizes
Orçamentárias; e, por último, se analisa e se aprova a Lei Orçamentária Anual, a LOA. Esses critérios e procedimentos
não são somente burocráticos, mas sim técnicos; são instrumentos de
planejamento e de organização, e, principalmente, são instrumentos de segurança
jurídica do Executivo, dos cidadãos e dos Legislativos.
Mas como pode ser
respeitado um Legislativo
quando são remetidos a ele dois projetos simultaneamente, quando estes deveriam
ser analisados individualmente e em períodos diferentes? Como foi desrespeitado
esse Poder quando lhe é remetido um PPA frankenstein! Como analisar
simultaneamente um PPA e uma LDO; em que lugar sério isso ocorre?
Por
isso eu queria solicitar ao Presidente dos trabalhos que, se possível, nós
fizéssemos, de imediato - e eu faço um Requerimento, nesse sentido -, que a
Douta Procuradoria da Câmara se pronuncie sobre essa questão, porque nós
estamos com esse processo em pauta, estamos discutindo algo que tem
contradições sob o ponto de vista da boa norma jurídica.
Continuando:
no mérito, o Projeto que altera o PPA é confuso e omite informações importantes
para o órgão que é legislador e fiscalizador.
No
art. 1º do Projeto, é
estabelecido que são introduzidas as alterações na Lei 9.814 (PPA), a partir de
2007.
A primeira alteração, constante no art. 2º, fica excluído
o Programa de Apoio Administrativo. Ora, como pode: 1) excluir o programa de
apoio administrativo, que é constituído de previsões de despesas correntes e de
capital para quatro anos, inclusive o de 2006. 2) Antes, o artigo 1º do projeto
já previa que alterações são e devem ser a partir de 2007. 3) então, como fica,
juridicamente, o Programa de Apoio Administrativo relativamente a 2006?
Talvez
esse fosse um tema, Verª Maristela Meneghetti, para a Comissão de Economia,
Finanças e Orçamento.
O que acontece com as previsões de despesas
correntes e de capital do Programa para o ano de 2006? Como fica sua execução
neste ano? Como fica a LDO para o ano de 2006, e a LOA para o ano de 2006, uma
vez que parte de sua base de sustentação do PPA foi extinta? É o que propõe.
A
segunda alteração, constante no art. 3º, diz que
ficam incluídas as ações ‘Administração Geral’ e ‘ Publicidade’ nos programas
finalísticos e programas de Gestão de Políticas Públicas. Não nos são
informados os valores, as despesas correntes e de capital, de cada uma dessas
ações. Como que nós extinguimos o Programa de Apoio Administrativo com previsão
de R$ 7.881.909.241,73 sem especificar para qual ação ou programa esse valor é alocado.
Como saberemos se o valor total foi subdividido de forma correta, se o dinheiro
vai mesmo para tal ou qual programa? Nós estamos mexendo, Ver. Dib, no âmago do
Plano Plurianual.
A terceira alteração, constante no art. 4º: “ficam
alteradas as denominações, descrição, produto, meta e unidade de medida, assim
como ficam incluídas novas ações com descrição, produto, meta e unidade de
medida, conforme o caso, na forma especificada no anexo desta Lei”. Com a
redação nada clara do Projeto, difícil fica sabermos qual a ação está sendo
criada, qual está sendo alterada e no que está sendo alterada. Acredito que
teríamos que pegar o PPA, com cerca de 340 folhas, e comparar item a item para
sabermos o que está sendo alterado. Mas o Projeto informa ainda que estão sendo
criadas novas ações, fora as já apresentadas no art. 3º, mas persiste a mesma
dúvida: se estamos criando novas ações, quais são os valores, as despesas e
receitas destas ações? Qual recurso e de qual ação foram reduzidos os valores
alocados nas novas ações?
Quem vai fazer a consolidação dessas alterações no
PPA e vão consolidá-lo de acordo com quais interesses. Não será um PPA aprovado
pelo Legislativo e sim montado pelo Executivo.
Eu teria inúmeros outros pontos, o tempo não me
permite, mas, tranqüilamente, aqui eu quero provocar o Governo Municipal, que
deve estar preparado para responder - que me responda -, ponto a ponto, as
minhas indagações, ou eu serei um ignorante. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Ver. Adeli
Sell, V. Exª fez um Requerimento à Mesa, querendo ouvir a Procuradoria com
relação à legalidade da tramitação do processo de modificação do Plano
Plurianual. E eu vou ler para V. Exª e também para os outros Vereadores o que
diz o Procurador Cláudio Velasquez, que é um dos Procuradores da Casa (Lê.):
“Dispõe que a lei de iniciativa do Chefe do Poder Executivo instituirá Plano
Plurianual, que estabelecerá as diretrizes, metas e objetivos da Administração
Pública Municipal - é o art. 116 da Lei Orgânica do nosso Município. A Lei
Complementar nº 414/98, que estabelece normas para elaboração dos Planos
Plurianuais, prevê expressamente, no § 3º do art. 2º, a possibilidade de
revisão dos mesmos, mediante lei”.
Então, acredito que essa colocação do Procurador
Cláudio Roberto Velasquez responde a dúvida levantada por V. Exª e que
consistia num requerimento para que pudéssemos encaminhar uma resposta da
Procuradoria da Casa. Já aproveito e respondo, porque, é claro, não poderíamos
colocar um Projeto para tramitar sem que tivéssemos aqui um parecer prévio da
Procuradoria.
O SR. ADELI SELL: Como
constatamos a simultaneidade, também não querendo atropelar o processo, e com
respeito inclusive aos membros do Governo, que poderão explicar e nos convencer
do contrário, vamos ouvir a todos, atentamente, e, se for o caso, depois,
faremos um requerimento à Douta Procuradoria.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Sim, Ver.
Adeli, nós esclarecemos com referência à legalidade; a oportunidade é uma
questão política que tem que ser debatida, mas a legalidade está sendo dada
exatamente pela legislação de nosso Município.
A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para
discutir a Pauta Especial.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, Ver. Luiz Braz; Sras Vereadoras, Srs.
Vereadores, vou discutir mais a origem, e, é verdade, Ver. Claudio Sebenelo, a
gente se deu conta que mudou, sim, mudou mesmo a forma de construir as
políticas públicas nesta Cidade e principalmente as políticas centrais como
essas diretrizes orçamentárias de uma Cidade, as diretrizes para a aplicação do
Orçamento. Orgulhamo-nos muito de fazer extensas e amplas discussões nos fóruns
de delegados de todas as regiões da Cidade durante o processo de
hierarquização, durante o processo de debate das demandas, durante a prestação
de contas, a cada ano, do que tinha sido realizado no ano anterior. É ali que
nascia a discussão das novas diretrizes orçamentárias para o ano seguinte,
amplamente discutidas pela comunidade; é ali que ganhavam formato final no
Conselho do OP, mas com a densidade da representação do debate na Cidade
inteira, e que vinham então para a Câmara de Vereadores.
Nós pressupúnhamos que a Câmara de Vereadores, a
Casa do Povo, eleita pela população, sem tirar a sua necessária fiscalização,
respeitaria profundamente o debate que chegava aqui, porque era um debate que
tinha essa significância, essa construção coletiva, e representava a síntese
construída pela cidadania ativada nesta Cidade.
Essa mudança aconteceu. Nós já denunciamos, no
início do ano passado, quando da discussão do Plurianual. Foi uma discussão
muito rápida mesmo na Casa, modificando os prazos para facilitar para o novo
Governo; foi uma discussão feita a “toque de caixa” com as comunidades. Veio
para cá, depois, a Peça Orçamentária, sem ter sido decidida e discutida nas
regiões.
Sobre o PI que veio anexo, o próprio Prefeito teve
de dizer: “Olha, é uma idéia inicial, ainda vai ser discutido no fórum de
delegados”, porque começou a acontecer um atropelamento da discussão da Cidade
pelo Governo. De igual maneira aconteceu novamente este ano. Nós temos aqui
falas do Conselho do OP que vai analisar agora o Projeto que entrou aqui, mas
já nos dizem que a discussão foi feita só - só e somente - no COP, só no
Conselho do Orçamento Participativo. Portanto, na última instância, Ver. Dib.
Uma discussão atropelada, na última hora, e não foi a discussão que veio para
cá. Não é o mesmo documento da Lei de Diretrizes Orçamentárias que está na
Casa, não é a mesma coisa discutida pelo Conselho do OP, ou o Conselho discute
numa reunião com pouquíssima informação. Não foi discutida nas regiões, Verª
Clênia, e ainda vem para cá uma proposta diferente da debatida pelo COP! Esse é
um depoimento de Conselheiros do OP, que estão vivendo o quotidiano.
Eu tenho frases textuais dos Conselheiros que
testemunham isso e quero lê-las aqui, Verª Clênia.
O Sr. Carlos Comassetto: V. Exª
permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Verª Sofia, muito obrigado. Como
eu estou ouvindo aqui, no plenário, que
V. Exª estaria mentindo, eu tirei da Internet, agora há pouco, algo que está
circulando que diz o seguinte (Lê.): ”Projeto de Lei de Diretrizes
Orçamentárias apresentado no Conselho do Orçamento Participativo não foi o
mesmo que o Governo encaminhou para a Câmara de Vereadores. Conselheiros
sentiram-se enganados”. Está na Internet para todo mundo ver e ler.
(Aparte anti-regimental
da Verª Clênia Maranhão.)
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Perfeito. (Lê.): “Chega de
brincar com o COP!”, dizem os conselheiros. “Será que o Governo acha que o COP
não tem capacidade de discutir a LDO”? Esta é uma das afirmações: “A Prefeitura
não está dando valor a este Conselho!” “É necessário esclarecer sobre o que são
os programas e as respectivas ações. Por que elas só têm o título?” - olha a
pergunta. “Temos parar de brincar de conselheiro e o Governo tem de nos
respeitar!” “A renúncia de impostos” - e aí quero chamar a atenção - “a
renúncia de impostos é um estelionato na consciência dos cidadãos”.
Frases simples, do povo,
denunciando que a nova Lei de Diretrizes Orçamentárias prevê renúncia de
impostos. Estaremos estudando com afinco essa nova previsão, que está na
contramão do Pacto, Pacto coordenado inclusive por nosso ex-Secretário de
Governança Solidária, Pacto que, finalmente, reconheceu que o Governo Rigotto
errou ao renunciar impostos, ao fazer anistia fiscal, ao conceder isenção a
grandes empresas. O Pacto, portanto, o seu Partido, os Partidos da base do
Governo reconhecem esse erro e determinam que isso não mais vai acontecer, e a
Prefeitura de Porto Alegre está prevendo, nas suas diretrizes orçamentárias,
renúncia fiscal.
É assustador quando a
Cidade entra com um Projeto de Lei, inclusive justificando que quer ampliar
receita com a ação dos fiscais da Fazenda, estabelecendo uma gratificação que
vai criar salários de marajá. A Prefeitura, por um lado, vai dar mais salários para
uma Secretaria inteira, e mais para outra Secretaria, e depois manda uma
diretriz orçamentária dizendo que vai trabalhar com isenções fiscais, com
renúncias fiscais! Que coerência é essa? Que Projeto há por trás dessas medidas
elitistas e privatizadoras?
“Antes, se discutia muito
mais coisa no Conselho do OP” - é outra declaração dos conselheiros. “Não dá
para ser, ao mesmo tempo, Governo e comunidade” - uma fala que faz referência à
atuação da representante do GPO - Gabinete de Programação Orçamentária - e ao
Presidente da Uampa – União das Associações de Moradores de Porto Alegre -, que
hoje é CC do Governo Fogaça. Como é que vai representar as comunidades, falando
de autonomia das comunidades, da organização comunitária, do movimento popular
comunitário diante de uma situação de dubiedade dessas? A quem representa: o
Governo ou as comunidades?
Há um desabafo ainda de uma conselheira da temática
de Desenvolvimento Econômico, Tributação e Turismo: “Não é hora para melindres,
o momento é grave! Ano passado, tudo passou batido! O que nós vamos fazer?”
Vamos nos unir e cobrar do Governo, porque ele está-nos fazendo de bobos.
De fato, se a gente perguntar para os conselheiros
ou aos delegados das regiões do Orçamento Participativo, o que está previsto
para ser feito de obras, quais foram as obras, que investimentos foram
realizados a partir do compromisso que o Governo Fogaça assumiu na campanha - e
publicamente - de manter o OP, o que para nós é um compromisso com as obras,
com os PIs definidos em cada região -, nós vamos saber que há uma desinformação
geral. Há uma aplicação duvidosa de critérios, de hierarquização; não há uma
vida orgânica efetiva, com esclarecimento dos fóruns de delegados.
Nós já acompanhamos várias reuniões nas
comunidades, e, infelizmente, o Governo não comparece com a presença política
dos dirigentes das Secretarias nas reuniões dos delegados. As comunidades
recebem no máximo funcionários de carreira, cheios de boa vontade, que dão
algumas informações técnicas e dizem que o projeto poderá ser esse ou aquele.
Ou seja, fazem um esclarecimento técnico, não têm compromisso político de
tempo, de prioridades, de recursos, de orçamento.
Eu acompanhei a última reunião sobre uma escola que
estava com projeto pronto para ser construída, a Escola Fundamental do Rincão.
Como já tenho dito, essa vai ser uma escola que nós, quando voltarmos à
Prefeitura, vamos acabar fazendo. Porque essa é uma escola para ser construída,
prioridade número um do OP, e está - adivinhem, pasmem - em projeto novamente! Foi
proposto à comunidade comprar um terreno daí a seis meses. A negociação está se
enrolando, e a comunidade, as milhares de crianças dependem de ônibus, outras
estão sem escola ou vão à escola e são tratadas de uma forma burocratizada,
muitas crianças sem carteira... E essa prioridade é que era a número um na
Cidade! Uma nova construção de escola de Ensino Fundamental, com projeto
pronto, ainda não está nem em projeto, pois está sendo feito outro, Ver.
Todeschini!
E assim poderia apresentar inúmeras obras
priorizadas pela Participação Popular, participação que traz desgaste, traz
investimento individual, saída das famílias, e que está sendo desrespeitada
pelo Governo Fogaça.
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): A Verª Clênia
Maranhão está com a palavra para discutir a Pauta Especial.
A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, nós estamos aqui
discutindo uma Pauta Especial, que significa a discussão da Lei de Diretrizes
Orçamentárias do nosso Município. Mas considerando a intervenção da Verª Sofia
Cavedon, que expressou um profundo desrespeito com o Orçamento Participativo
desta Cidade... Porque, quando a Vereadora estava no Governo, subia a esta
tribuna para dizer que o Orçamento Participativo era a expressão da cidadania.
Como perderam a eleição, não se conformando com essa derrota - tem que saber
perder, Vereadora! Faz parte do jogo democrático! -, inconformada com a dor
dessa derrota, começa a caluniar o Orçamento Participativo, dizendo que ele não
foi representante da cidadania!
Mas que diabo de análise é essa que uma hora serve,
e outra hora não serve? Essa construção da democracia participativa desta
Cidade não é de sua propriedade! Não é propriedade de nenhum Partido! Iniciou
nesta Cidade com os conselhos populares, avançou com o Orçamento Participativo,
avançou com a criação dos conselhos, avança hoje com a Governança Solidária.
Isso é bom para o povo, isso é bom para o processo democrático, isso é bom para
a descentralização e para a transparência! Portanto, esse rancor e essa
dubiedade nas análises são realmente impressionantes!
Eu queria dizer que essa escola do Rincão é uma
reivindicação desde quando a Verª Sofia era Secretária. Eu presidia a Comissão
de Educação desta Casa, e, em todo período eleitoral havia a promessa de que
essa escola ia ser construída. A Verª Neuza, que trabalha na área da Educação
aqui na nossa Cidade, conhece bem essa história. Foi uma enganação repetida,
até porque realmente não tinha continuidade a proposta educacional do seu
Governo! Mudou três vezes, e, a cada vez, o Secretário que assumia destruía o
que estava sendo feito, e começava-se de novo.
Então, se é para falar inverdades aqui, as
inverdades serão combatidas com fatos e contra-argumentos.
Ver. Adeli Sell, por favor, tem que ler! Tem que ler até o final! Isso aqui é
a Peça que o Executivo mandou para nós. Mas tem que ler até a última página. O
Vereador não leu! A última página é exatamente o Parecer da Procuradoria
Jurídica desta Casa! Não importa qual foi o Procurador que assinou. É a voz da
Procuradoria! Aí o Vereador vem aqui, numa atitude de desrespeito, e quer um
outro Parecer da Procuradoria?! Ou não leu - está falando do que não leu -, ou
está desrespeitando um Parecer jurídico desta Casa. Eu quero parabenizar o Ver.
Luiz Braz que, na condição de Presidente, não aceitou um absurdo destes e
mostrou - eu mostro mais uma vez, Vereador, aqui está - o Parecer favorável da
Procuradoria.
Eu
acho muito bom discutir a LDO, as contribuições são muito bem vindas. Desde que
nós assumimos este Governo, diferentemente dos anos anteriores, os Secretários
acompanham, colocam-se à disposição, fazem debates, com a maior
disponibilidade, transparência e respeito à autonomia dos Poderes. Mas vamos
fazer isso sem permitir que o processo eleitoral que se avizinha, que os
interesses das eleições perpassem uma discussão fundamental como a discussão da
Lei de Diretrizes Orçamentárias do nosso Município.
Agora,
o maior absurdo eu vou ler agora para as Sras Vereadoras e os Srs.
Vereadores. O Ver. Adeli Sell fez uma crítica, porque não leu a Lei que ele
mesmo aprovou! É só ver o Diário Oficial do dia 28 de abril de 2006. Se o
Vereador conhecesse a Lei nº 9.814, publicada no Diário Oficial em 29 de agosto
de 2005, saberia que no art. 6º, inciso I, diz (Lê.): “A Lei de Diretrizes
Orçamentárias também” - também - “poderá promover ajustes, como a inclusão,
alteração ou exclusão de programas no PPA, ao estabelecer prioridades para o
exercício seguinte”.
Por
favor, para discutir as coisas, tem que ler a Lei, tem que conhecer a Lei, tem
que se dedicar ao texto oficial. Agora, com relação à intervenção do Ver.
Comassetto, aí é difícil discutir. Porque, Vereador, são três instrumentos
diferentes, em três fases: uma coisa é o PPA - o PPA é o Plano Plurianual; a
LDO significa Lei de Diretrizes Orçamentárias, e a Proposta Orçamentária Anual
é um terceiro documento. V. Exª peça a sua assessoria para lhe orientar sobre
isso. V. Exª está querendo que haja valores explícitos, especificados na LDO - Lei
de Diretrizes Orçamentárias -, só que diretrizes são uma coisa, e Orçamento é
outra coisa, V. Exª precisa entender isso. Para ser Vereador e discutir, a
gente precisa entender isso.
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Encerrada
a discussão da Pauta Especial. (Manifestações no Plenário.) Peço aos Srs.
Vereadores que, por favor, acalmem-se.
Passamos
à
(05 oradores/05 minutos/com aparte)
2ª SESSÃO
PROC.
N. 3449/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 145/06, de autoria do Ver. José Ismael Heinen,
que institui o Bosque dos Bravos em homenagem aos vinte e um militares gaúchos
integrantes da Força Expedicionária Brasileira (FEB) falecidos na 2ª Guerra
Mundial, em espaço a ser definido pelo Executivo Municipal, e estabelece a
constituição do Bosque.
PROC.
N. 3598/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 154/06, de autoria do Ver. Jocelin Azambuja, que autoriza o
executivo Municipal a instituir o Plano Cicloviário de Porto Alegre e revoga a Lei n. 6.987, de 27 de dezembro de 1991.
PROC.
N. 3599/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 155/06, de autoria do Ver. Jocelin Azambuja, que declara de
utilidade pública a Associação dos Amigos e Moradores do Bairro Menino Deus
(ASSAMED).
PROC.
N. 3601/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 157/06, de autoria do Ver. Jocelin Azambuja, que autoriza o
Executivo Municipal a firmar convênio com o Ballet Mariinsky (Kirov), da
cidade-irmã de Porto Alegre, São
Petersburgo, na Federação Russa, visando estimular e desenvolver a arte do balé
e da dança em Porto Alegre.
PROC.
N. 3909/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 168/06, de autoria do Ver. Aldacir Oliboni, que institui o
Programa Acolhimento na rede de atendimento à saúde do Sistema Único de Saúde,
em Porto Alegre, nos termos do
Programa Nacional de Humanização da Assistência Hospitalar e da 11ª Conferência
Nacional de Saúde.
PROC.
N. 4066/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 179/06, de autoria do Ver. Professor Garcia, que denomina Rua
Antonio Carlos Guimarães o logradouro público cadastrado, conhecido como
Viaduto Imperatriz Leopoldina - Acesso Oeste, localizado no Bairro Centro.
PROC.
N. 4122/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 182/06, de autoria dos Vereadores Raul Carrion e Manuela d'Ávila, que
institui o Dia Municipal do Frentista, a ser comemorado, anualmente, no dia 18
de março.
PROC.
N. 4250/06 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO N. 006/06, que revoga o § 1º do artigo 145 da Lei
Complementar n. 395, de 26 de dezembro de 1996 - Código Municipal de Saúde.
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para
discutir a Pauta.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente,
Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, a Pauta, hoje, está razoável,
porque só tem processos em 2ª Sessão, mas eu não posso perder a oportunidade de
dizer que acho que Vereadores não devem ser substituídos por um dia de licença
para tratamento de saúde, ou licença para tratamento de interesses
particulares. No caso de interesse particular, a Câmara não paga; mas no caso
de licença para tratamento de saúde, a Câmara paga dois Vereadores. E se o
Congresso Nacional, se a Assembléia Legislativa, só fazem assumir outro
Deputado após 120 dias de licença do titular, eu acho que nós deveríamos fazer
alguma coisa em torno de 30 dias, já que eu não consegui pelo período de uma
semana ou 15 dias. O Vereador que se apresentou aqui por um dia, apresentou
três projetos de leis.
Há o PLL nº 154/06, que autoriza o Município a
instituir o Plano Cicloviário de Porto Alegre. Há várias leis nesse sentido, e
nós sabemos da dificuldade de fazer o Plano Cicloviário já que nós não podemos
fazer o Plano Diretor na revisão e avaliação que precisavam e deveriam ter sido
feitas!
Ele quer declarar de utilidade pública a Associação
dos Amigos e Moradores do Bairro Menino Deus. Se ele tiver a documentação
necessária, não há por que não declarar.
Depois ele quer fazer um convênio com o Ballet
Mariinsky, da cidade de São Petersburgo, cidade-irmã de Porto Alegre. Não sei
se a cidade de São Petersburgo já manifestou vontade de fazer isso, mas isso já
é uma coisa entre os dois Executivos.
O Ver. José Ismael Heinen institui o Bosque dos
Bravos, em homenagem aos 21 militares gaúchos integrantes da Força
Expedicionária Brasileira falecidos na 2ª Guerra Mundial, em espaço a ser
definido pelo Executivo Municipal, e estabelece a constituição do Bosque. Eu
recomendaria ao Ver. Ismael que já entrasse em contato com o Executivo, com um
Pedido de Providências, pois já existe a Lei, para um entendimento com o
Executivo para fazer: são 21 árvores - 21 pitangueiras - em duas linhas de dez
e uma no meio das 20, que seria representativa daquele pracinha porto-alegrense
que faleceu na 2ª Guerra Mundial. Eu não vejo nada de mal para não ser feita a
proposição. Eu acho que ele já fez e não foi aceita, mas eu acho que a
proposição é boa, e eu sugeriria que ele conversasse com o Executivo para que
no dia 8 de maio do ano que vem, quando se comemoram 61 anos do encerramento da
2ª Guerra Mundial, lá possa fazer uma solenidade bonita, relembrando esses 21
pracinhas. Segundo ele, à frente de cada pitangueira terá uma cruz com o nome
de cada um deles, sendo que aquela que fica isolada é do porto-alegrense - eu
não sei o seu nome, porque aqui não diz. É uma idéia boa que não custa nada
para o Município. Até se nós plantássemos não 21 árvores, mas 210 árvores, 210
pitangueiras, estaríamos fazendo um bem para a Cidade. Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. Carlos
Comassetto está com a palavra para discutir a Pauta.
O
SR. CARLOS COMASSETTO:
Mas V. Exª não está entendendo, eu estou discutindo o Plano Diretor Cicloviário
que está na Pauta comum, que se relaciona com o Plano Plurianual que nós
aprovamos; que se relaciona com a LDO...
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz):
Devolvo o tempo a V. Exª.
O
SR. CARLOS COMASSETTO:
Muito obrigado. Eu creio que antes de haver perseguições sob o ponto de vista
dos projetos e das posturas, nós temos que entender os conteúdos. E quando vem
alguém aqui nesta Tribuna dizer que nós não estamos entendendo os projetos, que
um Plano Diretor Cicloviário é um plano complementar do sistema de transporte e
circulação, que ele tem que estar inserido num plano plurianual, e que ele tem
que estar inserido na Lei de Diretrizes Orçamentárias, não precisa um de
projeto, portanto, é autorizativo do Legislativo.
O
Sr. João Antonio Dib: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Comassetto,
Vereador de um dia dá nessas coisas! Há aqui junto com o Projeto de Lei seis leis
que falam em ciclovia, sendo que é tão importante que a sexta está de cabeça
para baixo.
O
SR. CARLOS COMASSETTO:
Deve ser bicicleta de circo! Veja que os Projetos são apresentados com essa
dissincronia que nós não queremos para a Cidade. Nós estamos aqui, sim, para
discutir com muita seriedade os projetos. E todas às vezes que venho a esta
tribuna, Sr. Presidente, para discutir os Projetos que estão em Pauta, a nossa
assessoria não só os leu como discutiu sobre eles e nos informa, isso de uma
forma para contribuir, e não quero dizer aqui que nós sempre acertamos, muitas
vezes cometemos equívocos ou erros.
Mas
estamos vindo a esta tribuna, Ver. Sebastião - que não está presente -, Ver.
Sebenelo, com as posições tranqüilas, sinceras, como uma oposição responsável
para dizer que o PLL nº 154/06, que está aqui, de autoria do Suplente de
Vereador Jocelin Azambuja, que autoriza o Executivo Municipal a instituir o
Plano Cicloviário de Porto Alegre, e revoga uma outra Lei aqui existente, é
desnecessário. Por que é desnecessário? Primeiro que Vereador nenhum tem que
autorizar o Executivo a fazer projetos que são de sua responsabilidade, do
ponto de vista de elaboração de projetos. Eu quero que venha para a Casa um
projeto pronto para que nós possamos aqui avaliar e discutir; segundo, porque
nós já aprovamos no Plano Plurianual que este Governo tem que fazer o Plano
Cicloviário, assim como tem que fazer o Plano Diretor que contemple a questão
das carroças, assim como temos que discutir a questão das motos relacionadas ao
sistema de transporte coletivo, que são os ônibus, que têm os corredores
exclusivos, assim como temos que discutir a integração da modalidade dos
transportes.
Portanto,
quando vem qualquer Vereador ou Vereadora aqui tentar desqualificar uma opinião
que vem para contribuir com a Cidade, creio que há equívoco na democracia,
porque há alguns que não compreendam a contradição, quando se discorda de
alguns projetos, principalmente pode ser isso mais grave quando vem de um Líder
de Governo. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Eu
peço que, por favor, haja respeito no Plenário, que é um local para se discutir
projetos, e não para se fazer bagunça; aqueles que estão dispostos a isso, por
favor, voltem para os seus gabinetes.
O
Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra para discutir a Pauta.
O
SR. CLAUDIO SEBENELO: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, na Pauta de hoje há o Projeto do Ver. Aldacir
Oliboni que institui o Programa de Acolhimento na rede de atendimento à Saúde
do Sistema Único de Saúde, em Porto Alegre, nos termos do Programa Nacional de
Humanização da Assistência Hospitalar e da 11ª Conferência Nacional de Saúde.
Nós
queríamos falar do Acolhimento que existe na cidade de Porto Alegre. A idéia,
teoricamente, aproxima-se da perfeição; na prática, ela é apenas a
justificativa da falta de leitos em uma cidade como Porto Alegre. O Acolhimento
é uma forma solidária de se compadecer da dor dos outros, apenas; o que já é
muita coisa por ser solidário, e muito positivo. Porém, após o Acolhimento, é
fundamental o leito hospitalar. E as 150 pessoas que hoje esperam, no Hospital
Conceição - depois de acolhidas -, um leito hospitalar, passam por todas as
humilhações, pelos piores momentos que se pode prever na vida de uma pessoa.
Pessoas que dormem, muitas vezes, em uma cadeira, sem poder se deitar, pessoas
com acidente vascular cerebral, dormindo em uma cadeira, sem leito para se
deitar - e não precisa ser médico para saber que o repouso e a forma, o
decúbito, para se deitar é fundamental para a irrigação do cérebro!
Nós
temos visto uma das mais vergonhosas situações da Saúde, há muito tempo nesta
Cidade, nas emergências dos grandes hospitais, dos hospitais públicos com
verbas incomensuráveis para o atendimento a essas pessoas. Por que o Sistema
está errado? Porque Porto Alegre tem 75 Programas de Saúde da Família e não tem
prevenção! Porque existem bolsões com 20, 30 mil pessoas na Cidade, sem direito
a um posto de saúde! Não se faz prevenção! Por outro lado, a tecnologia de
ponta ainda é precária nos grandes hospitais. E aquela bobagem, outro dia
ouvida num Congresso de Medicina, nas dependências da Assembléia Legislativa,
em que um técnico do Ministério da Saúde disse: “o termo da moda, o termo top
é: ‘desospitalização’”. Essa barbaridade foi dita, quando nós temos milhares de
pessoas necessitando de hospitalização, necessitando de procedimento cirúrgico,
e não são atendidas!
O
Sr. Aldacir Oliboni: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Sebenelo, V. Exª
que foi também Superintendente do Grupo Hospitalar Conceição, de cuja equipe eu
fazia parte, nós que estamos na área da Saúde percebemos que é preciso fazer
alguma coisa para amenizar o sofrimento. E V. Exª também é testemunha das
inúmeras visitas que fizemos, enquanto Comissão de Saúde e Meio Ambiente desta
Casa, nos mais de 140 serviços que a Cidade oferece, entre eles 22 hospitais, e
na grande maioria tem filas, e quem faz o primeiro atendimento burocrático é um
auxiliar administrativo, uma pessoa da área administrativa.
É
preciso se criar um mecanismo para que essa relação com o hospital, com o
posto, seja mais rápida, porque as pessoas chegam mal. Como fazer essa triagem?
O Acolhimento dará possibilidade para que essa equipe multidisciplinar faça o
primeiro socorro, o primeiro atendimento, como há exemplos em vários hospitais
onde isso está dando certo. Então, o intuito de instituir a idéia do
Acolhimento é exatamente esse, contribuir para que o atendimento seja o mais
rápido possível.
O
SR. CLAUDIO SEBENELO: V.
Exª aborda de uma forma correta o problema; mas, acolhimento, quando o passo
seguinte for a internação com leito, tudo bem, mas acolher a pessoa e largá-la
nos infernos das emergências da cidade de Porto Alegre, sem a mínima chance de
hospitalização, é talvez um dos processos mais desumanos que já se viu na Saúde
em todos os tempos.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O
Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.)
Ausente. A Verª Clênia Maranhão está com a palavra para discutir a Pauta.
(Pausa.) Ausente. A Verª Maristela Maffei está com a palavra para discutir a
Pauta. (Pausa.) Ausente. O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir a
Pauta.
O
SR. ADELI SELL: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, Ver. João Antonio Dib,
V. Exª que tem alguns bons anos de Casa, tem alguns bons anos de Cidade, e aqui
tem insistido conosco sobre o papel fundamental que teve o Prefeito Loureiro da
Silva na Cidade, um homem que, independentemente de suas posições, teve a
ousadia que poucos têm hoje. Não fosse a sua ousadia, hoje a Av. Farrapos seria
uma picada de entrada na Cidade. Não seria? Não passaria disso. O engenheiro
que trabalhava com ele sabia das suas ousadias, do seu arrojo, e fez uma
proposição que era mais ou menos a metade da largura da avenida, e ele mandou
dobrar. Imaginem se não tivesse feito isso!
Pois
faltou ousadia para os governantes, e falta muita ousadia para os governantes
nas questões de circulação na cidade, como a questão das ciclovias.
É
claro que a nossa Cidade não é uma cidade maravilhosamente equilibrada,
geograficamente falando, para a questão das ciclovias, porque temos alguns
morros. Mas há lugares em que podemos circular com tranqüilidade. E, ontem,
debatia isso com a Verª Manuela d’Ávila, de que muitas pessoas vão à escola,
vão ao trabalho, e circulam pela Cidade de bicicleta. Então, não precisamos de
projeto de lei para isso.
Como
também acho que não precisa, que não é necessário, gastar uma babilônia de dinheiro
- como soube que está sendo gasto -, para fazer um estudo de viabilidade,
quando temos é que pegar e fazer alguma coisa. Fazer, realizar! E para isso há
técnicos na SPM, ou não há? Ou a SPM é para bonito? Pelo que sei, a SPM,
atualmente, é decoração. Têm engenheiros, arquitetos de qualidade, ou não têm
na SMOV?
Só
quero dizer que chega de lero-lero, porque o povo precisa de decisões.
Governo
tem que decidir, e Vereador tem que fazer projetos viáveis, exeqüíveis, fazer
pedidos de providências, audiências públicas, pressão sobre o Prefeito, porque
têm projetos que são completamente inócuos.
Como
disse há poucos dias a grande jornalista Rosane de Oliveira, tem um deputado na
Assembléia que ela apelidou de o campeão de projetos inúteis. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): A Verª Sofia Cavedon está com a palavra
para discutir a Pauta.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, Ver. Luiz Braz; Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, em Pauta o Projeto do Ver. Aldacir Oliboni, que
institui o Programa de Acolhimento na rede de atendimento à saúde do Sistema
Único de Saúde, nos termos do Programa Nacional de Humanização da Assistência
Social e da 11ª Conferência Nacional de Saúde. Li toda a Ementa, Ver. Oliboni -
quero parabenizá-lo -, porque nós nos orgulhamos muito das políticas do Governo
Federal implementadas na área da Saúde, políticas acertadas, na nossa
avaliação, que dependem muito da execução dos Municípios e dos Estados.
O
Programa Saúde da Família é um programa transformador, de fato, humanizador,
que coloca os nossos profissionais da Saúde ao lado da população, fazendo
aquele trabalho preventivo, orientador, fundamental para a prevenção da saúde,
para a promoção da saúde das nossas crianças. E o enfrentamento das
intermináveis filas é um dos mecanismos que começou durante o Governo da Frente
Popular, e as notícias que tenho são que, de fato, há tamanha ausência de
médicos, de profissionais nos postos de saúde, que é inevitável o que está
acontecendo hoje: as filas. O Posto, lá da Timbaúva, Ver. Sebenelo, com as
únicas duas médicas, uma está em Licença-Saúde, e a outra está em
Licença-Prêmio ou férias, durante 15 dias; 15 dias numa comunidade de milhares
de pessoas extremamente carentes.
Então,
nós, infelizmente, estamos vivendo, em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, uma
combinação de ausência de recursos, prioridades em investimentos, porque o
próprio Secretário Pedro Gus afirmou - o Ver. Comassetto ouviu - que não recebe
há dois anos um centavo; Porto Alegre não recebe do Estado um centavo do
recurso para Saúde, e não é situação privilegiada de Porto Alegre, mas da
maioria dos Municípios do Estado do Rio Grande do Sul.
A
candidata à governadora, que é da base do Governo Rigotto, está denunciando que
o Governo Rigotto não investe o mínimo constitucional no Estado do Rio Grande
do Sul, em Saúde, e o recurso, portanto, que está mantendo a Saúde em Porto
Alegre, e da maior parte deste País e no Estado é o recurso federal.
O
SR. CARLOS COMASSETTO: Sr. Presidente, Ver. Luiz Braz; Srs. Vereadores e Sras
Vereadoras, público que nos assiste, em Liderança, em nome do Partido dos
Trabalhadores, quero fazer aqui a análise e o comentário de dois pontos: um em
nível nacional e outro em nível local. Em nível nacional é que, neste momento,
está reunido, em Brasília, o Conselho de Desenvolvimento Nacional, pensando e
discutindo com toda a sociedade brasileira o plano estratégico para o
desenvolvimento do País. E uma das linhas que está sendo discutida e está sendo
apontada pela sociedade - e creio não haver nenhuma divergência de nenhum dos
Vereadores aqui - é um grande programa de Reforma Urbana para este País, que
vai até 2022, com a discussão e orientação para destinarmos 35 bilhões para os
próximos 15 anos, para fazer aquilo que todos nós sabemos que precisamos.
Quando
vamos discutir Segurança, se não tivermos a Cidade estruturada, as pessoas com
a sua cidadania, com endereço - e isso passa pela Reforma Urbana -, então esse
plano estratégico que está na área urbana e habitacional, está tirando uma
prioridade de desenvolvimento do País para a próxima década. Isso não é pouco,
Sr. Presidente, quando sabemos as carências que a nossa Cidade e que as cidades
brasileiras, principalmente os grandes conglomerados urbanos têm. Então, eu
queria registrar isso, porque é um avanço, é um marco no País.
A
segunda questão é local; é um Projeto do Executivo que estamos discutindo aqui,
que diz respeito à Gratificação de Resultados Fazendários (GRF) no âmbito da
Secretaria Municipal da Fazenda, que veio a esta Casa. Iniciamos aqui a
discussão e mostramos todos os equívocos que há nesse Projeto. Inclusive
fizemos um Pedido de Informações, assinado pela nossa Líder, Verª Sofia
Cavedon, em nome do Partido, que tem dez itens para os quais buscamos
questionamentos; primeiro, por que serão 2% dos funcionários que vão receber
supersalários para dizer que vão arrecadar mais? Por que não veio nenhum item,
inclusive no Plano Plurianual, que aqui discutimos hoje?
Fizemos
uma discussão com o Simpa, que veio a esta Casa e discutiu com a oposição e com
a situação, e a Líder do Governo se comprometeu com os municipários que não
iria pedir Regime de Urgência desse Projeto. Pasmem, senhores e senhoras, com o
que nós encontramos como Requerimento, assinado pela Verª Clênia Maranhão,
Líder do Governo: “Requer regime de urgência para o PLE nº 021/06, que institui
a Gratificação de Resultados Fazendários”. Não foi aprovado, mas se comprometeu
a Líder do Governo com os funcionários que iria discutir e não pedir Regime de
Urgência.
Trago
essa discussão à Casa, porque, do nosso ponto de vista, palavra se cumpre, e,
se isso está vindo aqui desta maneira, não está sendo cumprida a palavra da
Líder do Governo no que diz respeito a um projeto que incide sobre o
funcionalismo público e que incide sobre a discussão que estamos fazendo,
inclusive da Lei de Diretrizes Orçamentárias, porque nela não está previsto
qualquer aumento salarial, e pelo menos deveria estar dito aqui de que maneira
vai ser pago esse recurso.
Portanto,
venho aqui a esta tribuna novamente, com muita tranqüilidade, dizer do nosso
desacordo com o encaminhamento político, porque queremos dialogar com todos os
segmentos da sociedade, dialogar com a situação, e, em nome da oposição,
construirmos o melhor projeto para Porto Alegre. Essa foi e sempre será a nossa
postura.
Portanto,
já quero dizer aqui na tribuna que a nossa Bancada não dá acordo para discutir
esse Regime de Urgência, porque foi um comprometimento da Líder do Governo com
os municipários que aqui estavam. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. Ismael Heinen está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Exmo. Sr.
Presidente, Ver. Luiz Braz; nobres colegas Vereadoras; nobres colegas
Vereadores, aproveitando este tempo de Comunicação de Líder, quero me
pronunciar congratulando-me com o pronunciamento do colega Antonio Dib a respeito
do Projeto que está em discussão de Pauta, sobre a instituição do Bosque dos
Bravos. É a Semana do Soldado, nobre colega, e por uma coincidência feliz este
Projeto entrou em Pauta. Soldados que, na Guerra Mundial, entregaram as suas
vidas em defesa da democracia do mundo, um holocausto da soberania nacional do
Brasil, e nada mais justo do que Porto Alegre, a Capital dos gaúchos,
reverenciar os seus heróis que até hoje não foram reverenciados, de forma a
plasmar os seus nomes para a eternidade. Nós fazemos este Projeto singelo, mas
muito bonito, usando inclusive o verde com o plantio de árvores, para
imortalizarmos esse gesto heróico dos nossos soldados que tombaram na Guerra,
na Itália.
Mas,
Sr. Presidente, também quero tecer considerações, pois ouvimos muito falar hoje
sobre segurança. E o que me chama a atenção nesses últimos meses, nesses
últimos tempos, é a ação da Polícia Federal, notória, necessária, cumpridora do
seu dever na busca e apreensão de gente que está à margem da lei, que tem que ser
chamada, porque nunca se buscou tanto - como dizem -, mas também eu acho que
nunca se errou tanto; nunca houve tanto desvio, tanta corrupção, e é por isso
que a Polícia Federal tem que trabalhar tanto. E o que me chama a atenção, e
sabemos todos nós que o PCC, esse braço armado da criminalidade brasileira, que
mata inocentes, faz uma guerrilha urbana. Os seus recursos são formados 90%
pelo narcotráfico e os outros 10% por contrabandistas de armas. E eu pergunto à
Polícia Federal: será que não vão poder desencadear uma missão especial para
prender os narcotraficantes deste País?! Prendermos os que trazem as armas
indevidas para este País para aumentar a criminalidade?! É aí que está a origem
de todo esse crime que está acontecendo, toda essa insegurança no nosso País, e
nós estamos colocando no holocausto soldados inocentes do Estado de São Paulo.
E não é um problema de São Paulo, é um problema do Brasil; o PCC, se quiser,
desencadeia uma crise em qualquer Estado do nosso País.
Sr. Presidente da República, como responsável
máximo do nosso País, eu o concito a perguntar para a Polícia Federal por que
ela não vai ao âmago da questão da segurança e da violência do nosso País e
deixa o narcotráfico, os contrabandistas de armas, soltos a fazerem o que
quiserem no nosso País, matando inocentes cumpridores do seu dever?! Na Semana
do Soldado, nobre colega Antonio Dib, essa indignação vem, quando se fala em
segurança, quando se fala em educação e se paga mal, se treina mal, se forma
mal o soldadinho que combate o crime, e, da mesma forma, a professora do Ensino Fundamental, responsável pelo
verdadeiro ensino e pelo progresso do País!
Nós
temos de ter políticas, e não é só no final de Governo que começamos a fazer
conselhos para buscar verbas futuras; nos últimos quatro meses da sua gestão!
Nós, que queremos ter educação, queremos ter segurança, temos de tratar nossos
agentes condignamente, para que eles possam desempenhar as suas missões com
tranqüilidade, principalmente, na retaguarda à sua família!
Sr.
Presidente, a indignação é tanta, me perdoe, mas eu acho que tenho de colocar o
que o coração de brasileiro, de soldado, fala na Semana do Soldado. Muito
obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz):
O Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. CLAUDIO SEBENELO:
Sr. Presidente e Srs. Vereadores, como membro da Comissão de Saúde e Meio
Ambiente desta Capital, da Câmara Municipal, sou Presidente do Fórum do
Bem-Estar dos Animais, que se reúne uma vez por mês, e estou na presidência
desde janeiro de 2005.
O
Fórum dos Animais tem uma posição, hoje, muito forte em relação à política de
controle de zoonoses. Nós queremos inverter a política na cidade de Porto
Alegre, e a inversão dessa política vai se dar, porque nós estamos fazendo um
extermínio de animais, em nome das zoonoses, numa estatística - que eu não
tenho agora, aqui, neste instante -, que mostra que mais de dois mil animais,
em 2005, foram sacrificados, sendo que um pequeno percentual deles, de 300 a
400 animais, sofreram a esterilização.
A nossa luta é inverter essa estatística: duas
mil, três mil esterilizações de animais por ano, mas um pequeno sacrifício dos
animais, quando for um imperativo da doença ou quando for imperativo da
zoonose. Especialmente, porque hoje as políticas das grandes cidades fazem do
veterinário o tratador das zoonoses. E não sendo durante um processo epidêmico
grave, como ocorreu em tantos países da Europa no tempo da peste bubônica, como
ocorre, muitas vezes, isoladamente, em microepidemias de leptospirose, causada
pelos ratos, não se justifica mais, pela tecnologia, a matança de animais, em
nome do combate às zoonoses.
Esta é a política do Ministério da Saúde, que
manda o dinheiro e aceita apenas que as verbas sejam utilizadas quando os
animais forem exterminados, em vista do perigo de zoonoses. Não há uma
preocupação do Ministério com o bem-estar dos animais. E esse bem-estar pode
ser conseguido com tratamento veterinário, e, conseqüentemente, solucionado o
problema do contágio do ser humano com zoonoses distribuídas pelos animais,
como veículos, como portadores, ou como fonte, como origem das infecções. Por
isso nós queremos uma audiência com o Prefeito, e, mais do que uma audiência
com o Prefeito, queremos convencê-lo a mudar de atitude em relação a essa
política de extermínio. E a cidade de Porto Alegre terá como política o
galardão, a benfazeja política de não exterminar seus animais por problemas de
zoonoses, e sim, de curá-los, de tratá-los. E somente pelas condições previstas
pela tecnologia, pela técnica e pela lei, somente no momento de epidemia, haver
esse tipo de cuidado.
Por isso estaremos, segunda-feira, nos reunindo
com o Fórum dos Animais; pediremos inclusive ao Centro de Controle de Zoonoses,
no Dia do Veterinário, que nos cedam as salas cirúrgicas para que se faça a
castração de animais como um exercício de cuidado ao bem-estar desses animais,
mas, principalmente, teremos um cuidado maior com a sua saúde, e para que eles
não sejam mais vetores de doenças, exterminaremos os focos.
Isso é um trabalho em longo prazo, mudando toda
uma cultura, a começar pela questão das carroças em que vemos nossos animais,
Ver. Braz, serem maltratados, serem sacrificados, muitas vezes, pelo trabalho,
sem alimento, sem descanso, sem hidratação, com imensas superfícies do corpo
com lesões graves de pele, e, quando retirados de circulação e tratados
adequadamente, tornam-se animais belíssimos, bem alimentados e em condições
plenas de produção, desde que sejam tratados de uma forma um pouco mais humanizada.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Solicitamos
a abertura do painel eletrônico para a verificação de quórum. (Pausa.) (Após a
apuração nominal.) Apenas 11 Vereadores registraram a presença, portanto, não
há quórum.
Estão
encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se
a Sessão às 17h36min.)
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